No mundo das infecções virais nada há mais próximo da Lei de Newton do que o contágio por proximidade. Ou seja, por contato físico ou aéreo, ao se manter a 2 metros da fonte viral, um outro humano qualquer. Não dá outra. Da mesma forma que um corpo cai pelo seu próprio peso (ele nunca sobe ou fica suspenso, já reparou?), se uma pessoa tem contato com outra infectada, está frita. Vai se infectar também. Óbvio ululante, diria Nelson Rodrigues. Da mesma forma, ele também diria que no Brasil estamos condenados a embarcar numa terceira onda dentro de pouco, muito pouco tempo. Como nas outras, os asiáticos (ex.: Indonésia), os europeus (Reino Unido, União Europeia), os americanos do norte (EUA, Canada) já vão caindo um a um, como no boliche, vitimados pela variante Delta. Ela mata menos gente que em ondas anteriores, porém chega num momento diferente, quando ninguém tem mais ânimo para justificar, atender e muito menos fiscalizar medidas sanitárias capazes de amenizar o seu avanço. Ah, sim, no Brasil a vacinação poderia. Amenizar. Poderia, sim, se avançasse ao dobro da sua velocidade atual. Ou o triplo, talvez.