Semana passada foi decretado o fim da pandemia Covid-19, no Brasil e em vários outros países. A primavera pós-pandemia acena com jantares fora de casa, viagens para qualquer lugar, eventos corporativos, inscrição de blocos carnavalescos, e a possibilidade de marcar consultas e exames médicos represados durante 18 meses. A pandemia não acabou, claro. Nós é que a acabamos por decreto. Mas esse é um detalhe. Uma coisinha de nada diante da euforia de se voltar ao normal. A um novo normal que, se possível, se assemelhe 100% ao antigo. O outlook parece bom, as estatísticas de novos casos e óbitos caem consistentemente… exceto por um alerta que vem da experiência colhida no Chile e no Reino Unido, ambos repetindo o ocorrido um mês antes em Israel. E o que esses três países têm em comum? Vacinaram a maior parte da população e em seguida tiraram o olho das medidas sanitárias que todos conhecemos. O resultado imediato foi um belo surto viral com a mesma cara de sempre: autoridades apopléticas, sistema de saúde pedindo água, comércio fechando, e um monte de cientistas alegando não ter sido ouvidos. De graça, porque foi um descuido. Nesse momento, o Brasil está vacinando a maior parte da sua população ao mesmo tempo que as medidas sanitárias estão sendo desmanteladas. Tomara que seja de caso pensado. Bem pensado.