Precisamos parar de culpar os médicos
A relação médico-paciente é um dos temas de maior interesse desse blog. Eu penso que dela, da sua qualidade, em muito depende o alívio de qualquer dor. Ainda mais se ela for crônica. A postura adotada, reconheço, não tem sido das mais amenas. Afinal, é difícil esperar de uma pessoa com dor aturar qualquer atraso, ou uma consulta cada vez mais curta. Nem tanto pelo simples mal uso do tempo, mas pelo significado atribuído: frieza, descaso e até falta de respeito. (Ok, isso raramente é externado pelo paciente. Contudo, o seu silêncio atesta o caráter postiço, artificial, insincero, que – na minha opinião e a dos que tem pesquisado o tema – amiúde permeia o contrato psicológico entre as partes.) Mas, para toda pendência há duas versões, e nesse post eu apresento a do médico. Um relato duro, pungente, que mostra um “outro lado” quase tão sofrido quanto o do paciente. Para lembrar nisso da próxima vez que ficar numa sala de espera, com uma dor que não passa há meses, olhando para o relógio.