Postagens sobre o que pensa o Dr. Haider Warraich, médico cardiologista, escritor e pesquisador clínico, e como eu, ex-paciente crônico, já apareceram por aqui. O seu livro mais famoso “The song of our scars”, é um relato pessoal e impiedoso de um médico sobre como o fracasso da medicina moderna em entender a dor tornou os cuidados da saúde humana menos eficazes. “Precisamos fazer da medicina centrada no paciente uma realidade, não um slogan publicitário”, escreve ele. Se o fizesse no Brasil ia ganhar desmentidos mil e até um processo do Conselho Federal de Medicina, na certa. O problema de expor a verdade e os fatos, em se tratando da atual postura da medicina diante da dor crônica, dá nisso. Nesse post, que reúne trechos de um artigo publicado no The New York Times, Warraich culpa o sistema médico americano em geral – organizações médicas, farmacêuticas e autoridades sanitárias – pelo problema com os opioides, que em apenas um ano (2017) causou a morte por overdose dos mesmos quase 50 mil americanos também mortos na Guerra do Vietnã. E de quebra, faz algumas exigências, a meu ver um tanto ingênuas: que o manejo da dor seja ensinado nas faculdades de medicina e que os médicos “pratiquem a medicina do jeito que era muito antes da descoberta da morfina”. Difícil, difícil…