O burnout médico e as doenças crônicas invisíveis
As doenças crônicas não costumam ter causas notórias, evidentes. O caso é que a medicina convive com uma espécie de “território Comanche”, onde habitam desde a fibromialgia ao câncer, passando por síndromes (Intestino Irritável, Fadiga Crônica), disfunções (ATM), doenças inflamatórias (lúpus) e desembocando em transtornos mentais (ansiedade generalizada, bipolar, depressão). Essas doenças crônicas e as dores que as acompanham foram rotuladas de psicossomáticas, psicogênicas e mais recentemente, nociplásticas ou de sensibilização central. A autora da postagem seguinte propõe: “distúrbios da interação intestino-cérebro” ou DGBI, o que pode ser cientificamente correto, mas duvido que pegue tração do ponto de vista literário. O que vale a pena destacar nessa postagem, todavia, é a tese de que a falta de reconhecimento dessas “doenças invisíveis” pode ser atribuída, ao menos em parte, ao burnout clínico – leia-se, médicos esgotados. E que os diagnósticos incertos ou vagos que disso resultam, alienam os pacientes e geram neles uma animosidade capaz de fragilizar ou destruir a aliança terapêutica com seus médicos.