Contam os livros de história que às vésperas do ingresso das tropas russas em Berlim, nos instantes derradeiros da Segunda Guerra Mundial, casais faziam amor desesperadamente na grama do zoológico metropolitano. Para pensar noutra coisa, eu suponho. Algo parecido é o que ocorre por aqui em relação ao advento da variante Delta, o que, aliás, já ocorreu. Há dois dias assisti a condutora de um conhecido programa de notícias veiculado pela TV paga perguntar, estranhadíssima, sobre a Fiocruz ter soltado um boletim alertando sobre, você adivinhou, a variante Delta & Cia. Ora, as estatísticas de novos casos, hospitalizações e óbitos recentes não mostram que a pandemia está controlada? A retirada das medidas preventivas iniciada pelas autoridades em várias capitais e cidades não confirma isso? Pode ser. Esse post não opina o contrário. Aliás, opina nada. Apenas mostra uns fatos e deixa para você concluir o que for. Boa sorte, porque vai precisar.
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Millán-Astray é o general das hostes fascistas na Guerra Civil Espanhola celebrizado pelo brado “Abajo la inteligencia, viva la muerte”. Eu pensei em usar o mesmo brado para intitular esse post. Porque pode ser que seja justamente essa a conclusão a que teremos chegado por aqui dentro de um ou dois meses, dependendo do andar da vacinação.
Mas, desisti. Lembrei na minha amiga Nadia. Se você é visitante assíduo do blog sabe quem ela é. Uma amiga muito sensata que eu tenho, que diz que gosta muito de mim, porém detesta o que escrevo sobre a pandemia. Muito tenebroso, deprimente e tal, ela acha.
Eu concordo, ainda que me chateia um tiquinho que a Nadia nunca mencione isso de que “a verdade nos liberta”, ou que “Mesmo se você for a minoria de um, a verdade é a verdade.” Etcétera. Nos tempos atuais a verdade é um detalhe. Contudo, ela é uma pessoa normal, daquelas que ficaram em casa e portanto hoje, cansadas de guerra, nem querem saber de pandemia. E por isso comemoram, eufóricas, a queda das estatísticas de novos casos, hospitalizações, mortos, e até as falas do Queiroga prometendo vacinas que não entrega. Detalhes, de novo.
Então, para não chatear você, caro leitor, daqui em diante eu não mais opino. Eu vou, sim, expor alguns fatos recém obtidos na área de pesquisa do The New York Times.
Depois de você tê-los examinado, aí sim, vou pedir para responder duas questões.
Fato 1
A curvas dos novos infectados pela Covid-19, no mundo.
Fato 2
A curva de novos infectados pela Covid-19, nos EUA.
Fato 3
A curva dos novos infectados pela Covid-19, no México.
A curva de novos infectados pela Covid-19, no Japão.
Fato 4
A curva de novos infectados pela Covid-19, no Brasil.
A culpa da virada para cima das curvas de novos infectados nos EUA, México e Japão é creditada a dois fatores: a variante delta e a baixa performance na vacinação.
Perguntas (desagradáveis):
- Qual a probabilidade de o Brasil escapar do mesmo destino pandêmico desses outros países?
- A flexibilização das medidas sanitárias preventivas ora em curso em São Paulo e no Rio de Janeiro, irão agravar ou amenizar o quadro?
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