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SCAD: ignorar o que é, pode custar a (sua) vida

SCAD: ignorar o que é, pode custar a (sua) vida

Há um problema cardíaco que pode causar morte súbita se não for diagnosticado e tratado imediatamente. É justamente isso que está acontecendo na América do Norte, onde atualmente é a principal causa de morte por motivo cardiológico entre as mulheres com menos de 50 anos. Detalhe: até muito pouco tempo pensava-se que aquilo era muito incomum, ao ponto de pouquíssimos médicos se preocuparem em saber o que fazer em caso do distúrbio se apresentar. O que será? Informe-se nesse artigo pautado em matéria da Clínica Mayo.

O SCAD é uma excelente razão para você procurar atenção de emergência se tiver sintomas de ataque cardíaco – mesmo que você ache que não corre o risco de sofrer um ataque cardíaco.

Uma das matérias postadas recentemente no blog – Coração: Fatores de Risco Exclusivo das Mulheres – bateu todos os recordes de visitação nesses 18 meses de vida do blog: mais de 5 mil acessos em apenas 7 dias. Sinal de que havia uma fratura exposta (de conhecimento sobre o risco cardiológico), na plateia feminina.

Por oportuno, então, escalei um post e um vídeo relacionado ao mesmo tema (mulher e risco cardiológico) para esta semana. Refiro-me à chamada Dissecção Espontânea da Artéria Coronária (SCAD – Spontaneous Dissection of the Cororonary Artery), uma condição de emergência cardíaca que afeta principalmente mulheres, e que até pouco se pensava fosse incomum, mas não é.

O SCAD resulta de uma fendinha aberta em um vaso sanguíneo no coração, uma “rotura” segundo o Aurélio. Esta acaba funcionando como uma eclusa, desviando ou bloqueando, e assim retardando, o fluxo sanguíneo para o coração, o que causa anormalidades no ritmo cardíaco, um ataque cardíaco e/ou morte súbita.

Muito interessante, mas e eu com isso?, você deve estar pensando.

Bem, se você for mulher seria bom prestar atenção. Deus não o queira, mas um dia a sua vida pode depender disso.

O SCAD é uma condição de absoluta emergência cardíaca que afeta principalmente mulheres entre os 40 e 50 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade e em homens.

E repare que as pessoas que sofrem o SCAD geralmente não têm fatores de risco para doenças cardíacas, como pressão alta, colesterol alto ou diabetes.

Repetindo, o SCAD pode causar morte súbita se não for diagnosticado e tratado imediatamente. E é justamente isso que está acontecendo na América do Norte, onde atualmente é a principal causa de morte por motivo cardiológico entre as mulheres com menos de 50 anos.

E o mais chocante: até pouco tempo atrás, muito pouca gente, principalmente entre os médicos e médicas, em todo o mundo, suspeitava disso. (O que não quer dizer que hoje a situação seja muito diferente.)

Veja mais sobre isso, além de uma ilustração perfeita de como o SCAD ataca uma artéria, em um vídeo que montei especialmente para acompanhar este post.

Você pode acessar o vídeo no Canal Youtube do blog:

E depois do vídeo, continue lendo sobre o SCAD na matéria a seguir, que reproduz informação disponibilizada ao público pela Clínica Mayo, uma dos três melhores hospitais dos EUA.

Dissecção espontânea de artéria coronária (SCAD)

Os sinais e sintomas do SCAD podem incluir:

  • Dor no peito
  • Um batimento cardíaco acelerado ou sensação de vibração no peito
  • Dor nos braços, ombros ou mandíbula
  • Falta de ar
  • Sudorese
  • Cansaço extremo e incomum
  • Náusea
  • Tontura

Causas

Não está claro o que causa o SCAD. No entanto, médicos e pesquisadores descobriram algumas semelhanças entre as pessoas que tiveram SCAD.

Fatores de risco

Os fatores de risco para o SCAD incluem:

  • Sexo feminino. Embora o SCAD possa ocorrer em homens e mulheres, tende a afetar mais as mulheres do que os homens.
  • Parto recente. Algumas mulheres que tiveram SCAD deram a luz recentemente. Verificou-se que o SCAD ocorre com mais frequência nas primeiras semanas após o parto.
  • Condições subjacentes dos vasos sanguíneos. A displasia fibromuscular (DMF), que causa crescimento irregular de células nas paredes das artérias, está associada ao SCAD. A febre aftosa pode enfraquecer as paredes das artérias, causando bloqueios, dissecções ou aneurismas. Também pode causar pressão alta, derrame e rupturas em outros vasos sanguíneos. As mulheres são mais propensas a ter febre aftosa do que os homens.
  • Doenças que causam inflamação dos vasos sanguíneos, como lúpus e poliarterite.
  • Artérias torcidas (artérias tortuosas).
  • Doenças hereditárias do tecido conjuntivo. Verificou-se que doenças genéticas que causam problemas nos tecidos conjuntivos do corpo, como a síndrome de Ehlers-Danlos vascular e a síndrome de Marfan, ocorrem em pessoas que tiveram SCAD.
  • Pressão arterial muito alta. A hipertensão arterial grave pode estar associada ao SCAD.
  • Uso ilegal de drogas. O uso de cocaína ou outras drogas ilegais pode aumentar o risco de SCAD.

Não está claro se o exercício físico extremo ou intenso e o estresse emocional severo aumentam o risco de SCAD. Os pesquisadores observaram que pode haver uma conexão, mas são necessárias mais pesquisas.

Complicações

SCAD é uma pequena fenda dentro de uma artéria que transporta sangue para o coração. Quando as camadas internas da artéria se separam das camadas externas, o sangue pode acumular-se na área entre as camadas. A pressão do sangue acumulado pode ampliar a fenda e o sangue preso entre as camadas formar um coágulo sanguíneo (hematoma).

O SCAD pode diminuir o fluxo sanguíneo através da artéria, o que enfraquece o músculo cardíaco. Ou o fluxo sanguíneo através da artéria pode ser completamente interrompido, causando a morte do músculo cardíaco (ataque cardíaco). Um ataque cardíaco que ocorre no SCAD é diferente de um ataque cardíaco causado pelo endurecimento das artérias (aterosclerose).

O SCAD pode acontecer mais de uma vez, apesar do tratamento bem-sucedido. Pode ocorrer logo após o episódio inicial ou anos depois. As pessoas que têm SCAD também podem ter um risco maior de outros problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca devido aos danos ao músculo cardíaco causados por ataques cardíacos.

Os médicos estão estudando por que o SCAD se repete e quem tem mais probabilidade de sofrer uma recorrência.

Nota do Blog: De vez em quando eu posto matérias que considero de utilidade pública para a saúde. Elas não têm a ver diretamente com dor crônica, mas passam perto. O blog já beira os 100 mil visitantes e embora apenas parte disso seja assídua, esse seu poder de comunicação no âmbito da saúde não é pequeno. Precisa ser aproveitado por uma boa causa. E alertar para o que pode matar de repente é sempre uma boa causa, não acha?

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