As duas dores mais conhecidas são a dor nociceptiva e a dor neuropática. As diferenças entre elas são arquiconhecidas. Dor neuropática é causada por inflamação, irritação ou compressão do tecido neural. A dor nociceptiva é a reação do corpo a estímulos dolorosos, como um músculo ou osso puxado para trás, e não causa dano ao nervo em si. Porém, como entra a dor crônica nesse espaço? A dor neuropática, por exemplo, pode ser crônica? Essas e muitas outras questões são respondidas nessa postagem.
“Os três preceitos da neuropatia: Fique Ciente, Aceite, Adapte-se.”
Certamente. Uma dor neuropática, frequentemente descrita como uma dor aguda ou em queimação, pode ser pontual, e desaparecer por conta própria. Mas também pode ser persistente, o que ocorre quando ela resultar de danos nos nervos ou de um sistema nervoso com defeito. De fato, eis a sua expressão mais comum, a dor neuropática geralmente é crônica (ex.: ao permanecer após um período de 3 meses).
Ou seja, pode haver uma dor neuropática crônica. Uma dor só, portando ambos os apelidos.
Quais são as peculiaridades da dor neuropática?
- A dor neuropática às vezes é implacável e severa, e às vezes é recorrente: ela vem e vai.
- Ela também tem profundos efeitos fisiológicos no cérebro que podem se manifestar como distúrbios psicológicos.
- Existem centenas de doenças neuropáticas. Todas se caracterizam por sintomas complexos, difíceis decisões e maus resultados no tratamento, e perda de qualidade de vida.
Isso, grosso modo. Agora, nem sempre é fácil dizer a origem bioquímica da dor neuropática. Desequilíbrios entre a sinalização somatossensorial excitatória e inibitória, alterações nos canais iônicos e variabilidade na modulação das mensagens de dor no sistema nervoso central têm sido implicados nisso. Mas o efeito é um só: fibras nervosas danificadas enviam sinais errados aos centros de dor.
Nisso, a dor neuropática não se diferencia de muitas outras dores crônicas, como a fibromialgia, a síndrome do intestino irritável e a síndrome da fadiga crônica, entre outras.
Tabela 1
Tipos Comuns de Dor Neuropática | |
Periférica | Central |
Polirradiculopatia | Mielopatia compressiva por estenose espinhal |
Polineuropatia alcoólica | Mielopatia HIV |
Armadilhas neuropáticas (túnel do carpo) | Dor musculoesquelética |
Compressão do nervo por tumor | Mal de Parkinson |
Neuropatia diabética | Mielopatia pós-isquêmica |
Dor do membro fantasma | Dor pós-AVC |
Neuralgia pós-herpética | Lesão medular pós-traumática |
Neuralgia trigeminal |
Quais são as causas de dor neuropática?
A dor neuropática pode ser causada por doenças, incluindo:
- Alcoolismo
- Diabetes
- Problemas do nervo facial
- Infecção por HIV ou AIDS
- Distúrbios do sistema nervoso central (AVC, doença de Parkinson, esclerose múltipla, etc.)
- Síndrome complexa de dor regional
- Cobreiro. (A dor que continua após o fim do seu ataque de herpes-zóster é chamada de neuralgia pós-herpética.)
Outras causas incluem:
- Medicamentos quimioterápicos (cisplatina, paclitaxel, vincristina, etc.)
- Radioterapia
- Amputação, que pode causar dor fantasma
- Compressão ou inflamação do nervo espinhal
- Trauma ou cirurgias com danos nos nervos resultantes
- Compressão nervosa ou infiltração por tumores
Quando a dor neuropática se torna crônica?
Quando a dor continua por mais tempo do que o esperado para a cicatrização de uma lesão (geralmente mais de 3 meses), ela é conhecida como dor crônica. A dor no nervo, muitas vezes chamada de dor neuropática, é um tipo de dor crônica.
Como é tratada a dor neuropática?
Os objetivos do tratamento são:
- Tratar a doença subjacente (por exemplo, radiação ou cirurgia para encolher um tumor que está pressionando um nervo)
- Fornecer alívio da dor
- Manter a funcionalidade
- Melhorar a qualidade de vida
A terapia multimodal (incluindo medicamentos, fisioterapia, aconselhamento psicológico e, às vezes, cirurgia) geralmente é necessária para tratar a dor neuropática. Medicamentos comumente prescritos para dor neuropática incluem anticonvulsivantes, como: Gabapentina, Pregabalina, Topiramato e outros. Os médicos também prescrevem antidepressivos como Amitriptilina, Nortriptilina, Venlafaxina e Duloxetina.
Obter uma receita do seu especialista em dor para medicamentos anticonvulsivantes ou antidepressivos não significa que você tenha convulsões ou esteja deprimido. No entanto, é verdade que a dor crônica pode ser agravada pela ansiedade ou pela depressão.
Tratamentos tópicos como lidocaína ou capsaicina – adesivos, cremes ou pomadas – podem ser usados na área dolorida. Os analgésicos opioides são menos eficazes no tratamento da dor neuropática e os efeitos negativos podem impedir seu uso a longo prazo.
A dor também pode ser tratada com bloqueios nervosos administrados por especialistas em dor, incluindo injeções de esteroides, anestésicos locais ou outros medicamentos nos nervos afetados. A dor neuropática que não respondeu às terapias mencionadas acima pode ser tratada com estimulação da medula espinhal, estimulação do nervo periférico e estimulação cerebral.
Qual é a perspectiva para pessoas com dor neuropática?
A dor neuropática é difícil de tratar, mas geralmente não é fatal. Os melhores resultados são obtidos combinando reabilitação com apoio ao bem-estar emocional, social e mental. Assim é possível controlar a dor a um nível que melhore a qualidade de vida usando alguns ou a maioria dos métodos mencionados acima.