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Dor nas costas: o que o paciente quer saber?

Dor nas costas: o que o paciente quer saber?

Este artigo é sobre as necessidades de informações a respeito da dor lombar (lombalgia), do ponto de vista dos pacientes. Ele é baseado numa detalhada revisão sistemática de publicações hospedadas em 4 grandes bancos de dados – Medline, EMBASE, CINAHL e PsycINFO, no período 1990 a 2018. Em suma, os pacientes desejam informações sobre a sua dor nas costas – até porque criticam o volume, conteúdo e forma em que ela é comunicada. Os comentários, muito bem detalhados, se referem às necessidades de informação, ao diagnóstico, a educação em dor, a relação médico-paciente e a vários outros aspectos.

Pessoas com dor lombar desejam informações claras, consistentes e personalizadas sobre prognóstico, opções de tratamento e estratégias de autogestão: uma revisão sistemática

Autores: Yuan Z Lim1 e outros2

Resumo

Que necessidades de informação em saúde são percebidas pelas pessoas com lombalgia?

Quarenta e um estudos (34 qualitativos, quatro quantitativos e três métodos mistos) foram identificados. Emergiram duas áreas principais de necessidades de informação de saúde percebidas para dor lombar.

Os dados disponíveis sugerem que as necessidades de informação das pessoas com dor lombar estão centradas em torno do desejo de um diagnóstico, contribuindo potencialmente para as expectativas e uso excessivo de imagens. As pessoas com dor lombar expressaram um forte desejo por informações claras, consistentes e personalizadas sobre prognóstico, opções de tratamento e estratégias de autogestão, relacionadas a questões de saúde e ocupacionais. Para corrigir crenças inúteis e otimizar a entrega de terapia baseada em evidências, a educação do paciente e do profissional de saúde (potencialmente por uma abordagem integrada de saúde pública) pode ser justificada.

Nota do blog:

O resultado da revisão, eu confesso, vai na contramão do que eu costumo ouvir de médicos e médicas sobre o assunto. Em geral, eles e elas coincidem em que o paciente típico está focado em se curar, ou em aliviar a dor, de preferência com remédios, e não quer “perder tempo conversando”. Uma inclinação compreensível, por sinal, uma vez que em muitos casos a dor chega a enlouquecer o portador.

Porém, ciência é ciência, e a revisão em pauta, minuciosa e apegada ao protocolo científico, abafa qualquer impressão pessoal. É possível, sim, que muitos pacientes com dor crônica nas costas expressem um forte desejo por informações claras e sérias sobre diagnóstico, prognóstico, opções de tratamento e estratégias de autogestão dessa dor. Convém saber, então, o que pensa (reclama, critica e sugere essa maioria).

O texto a seguir resume o artigo original, publicado no Journal of Physiotherapy (2019), extenso e detalhado demais para ser aqui publicado por completo.

Introdução ao estudo sobre lombalgia

No estudo Global Burden of Disease, a dor lombar (LBP)é classificada como a mais alta em termos de anos vividos com incapacidade, com uma em cada dez pessoas experimentando LBP em qualquer momento no mundo.3 Aproximadamente 90% dos casos de lombalgia não têm causa patoanatômica identificável e são chamados de ‘lombalgia inespecífica’.4 Apesar da alta prevalência de lombalgia globalmente, os tratamentos recomendados têm apenas efeitos modestos.56 Uma grande variedade de intervenções diagnósticas e terapêuticas é frequentemente aplicada, apesar das evidências de que elas são de baixo valor.78 Embora muitas pessoas com lombalgia não procurem atendimento médico, a lombalgia ainda é uma das razões mais comuns para a prática geral ou consultas médicas em todo o mundo, com uma prevalência combinada de procura de atendimento de 58%.9101112 Nos Estados Unidos, a lombalgia é o terceiro motivo mais comum de consulta médica.13 Na Austrália, a proporção de pessoas que procuram atendimento médico para lombalgia aumentou 20% em 10 anos.14

Existem várias diretrizes clínicas nacionais e internacionais publicadas para apoiar o manejo da lombalgia.15 Embora muitos grupos tenham desenvolvido essas diretrizes de prática clínica para o manejo da lombalgia, elas tendem a conter recomendações relativamente uniformes incorporando as melhores evidências disponíveis, experiência clínica e preferências dos pacientes.16 No entanto, essas diretrizes, como em outras áreas, não resultaram em mudança na prática clínica.171819 A aceitação das diretrizes é determinada por uma interação complexa entre médicos, pacientes e recursos disponíveis no sistema de saúde.

Primeiro, os médicos devem decidir seguir as diretrizes na prática clínica diária. Vários fatores relacionados ao clínico foram identificados para explicar o uso subótimo das recomendações das diretrizes na prática: educação e conscientização inadequadas das diretrizes atuais; tempo e recursos insuficientes para envolver adequadamente os pacientes; pressão para manter relações médico-paciente; preocupação com a responsabilidade; experiência clínica prévia; e desincentivos financeiros.202122

Em segundo lugar, o fato de os pacientes seguirem o conselho de seus profissionais de saúde é influenciado por seu envolvimento em seus próprios cuidados e seu relacionamento com o profissional de saúde.2324 Pacientes insatisfeitos tendem a usar mais recursos de saúde, procuram atendimento de vários provedores, têm resultados de reabilitação de lombalgia menos favoráveis ​​e são menos propensos a retornar ao trabalho do que pacientes satisfeitos.25262728 Assim, uma melhor compreensão das metas, preferências e expectativas dos pacientes relacionadas ao manejo da lombalgia pode melhorar a satisfação do paciente, facilitar a prestação de cuidados centrados no paciente e potencialmente melhorar os resultados da lombalgia.293031

Embora a educação seja recomendada na maioria das diretrizes, o foco tem sido nas estratégias de manejo, especialmente na minimização do uso de imagens na lombalgia, em vez de como maximizar a função e viver bem com a lombalgia.323334 A maioria das diretrizes não especifica qual conteúdo deve ser incluído na educação do paciente, deixando isso aberto à interpretação e marcada heterogeneidade na abordagem clínica.3536

Em particular, as estratégias para vincular a educação (conhecimento) da lombalgia com a mudança de comportamento positiva e comportamentos eficazes de enfrentamento da dor (habilidades) estão faltando nas diretrizes. As diretrizes geralmente sugerem que os pacientes devem ser tranquilizados e aconselhados a permanecerem ativos. Além disso, estudos anteriores reconheceram lacunas entre as crenças dos pacientes e dos médicos no manejo da lombalgia, o que poderia impactar negativamente na relação terapêutica médico-paciente.373839

Assim, é importante:

  • buscar e compreender explicitamente as perspectivas dos pacientes; compreender e abordar as atitudes, preocupações e crenças dos pacientes, especialmente nos domínios da incerteza diagnóstica; e
  • incentivar a retomada da atividade normal que seja significativa para os pacientes.

O aumento da conscientização do clínico sobre as perspectivas e expectativas dos pacientes tem o potencial de melhorar os resultados na lombalgia.

Portanto, a questão de pesquisa para esta revisão sistemática foi:

Que necessidades de informação em saúde são percebidas pelas pessoas com lombalgia?

Resultados da revisão

Duas áreas principais das necessidades de informações de saúde percebidas pelos pacientes para lombalgia emergiram da revisão: conteúdo da informação e entrega de informações. O detalhamento das informações coletadas dos pacientes em ambas as áreas é apresentado no Apêndice, no final desse resumo do artigo original. 

Discussão

Esta revisão identificou 41 estudos relevantes que abordaram aspectos das necessidades de informações de saúde percebidas pelos pacientes relacionadas à lombalgia. Nesses estudos, surgiram duas grandes áreas de necessidades identificadas pelo paciente: necessidades relacionadas ao conteúdo de informações de saúde; e necessidades relacionadas com a entrega de informações. Os participantes buscaram informações sobre a causa da lombalgia, patologia subjacente e prognóstico, com um desejo consistente de um diagnóstico legítimo. Os participantes também queriam informações personalizadas sobre estratégias de autogestão, incluindo os serviços de apoio disponíveis, relacionados a questões de saúde e ocupacionais.

– Diagnóstico

Subjacente a grande parte das necessidades dos pacientes por informações de saúde sobre lombalgia estava a forte necessidade de obter um ‘diagnóstico definitivo’, o que ressaltou a necessidade percebida de exames de imagem para um diagnóstico40414243444546474849505152

Um diagnóstico definitivo foi percebido por muitos para justificar, tranquilizar e legitimar seus sintomas de lombalgia, e muitos ficaram frustrados com ‘explicações genéricas1 sobre o desgaste relacionado com a idade535455565758 No entanto, isso é contraditório com o atual gerenciamento de lombalgia baseado em evidências, que desaconselha fortemente a imagem de rotina na ausência de sinais de alerta, com imagens consideradas de baixo valor para a saúde e um potencial impulsionador de crenças inúteis596061 Esse achado destaca o claro descompasso entre as necessidades de informações de saúde percebidas pelos pacientes e o conhecimento dos médicos no manejo da lombalgia.

– O Paciente como Barreira

Nos Estados Unidos, a campanha ‘Choosing Wisely’ foi lançada em 2012, com o objetivo de conscientizar e educar pacientes e médicos para evitar exames e tratamentos médicos desnecessários em várias especialidades.62 No entanto, um estudo que examinou o efeito de lembretes para os médicos se comprometerem a não realizar imagens de pacientes com dor lombar não complicada seguindo essas diretrizes não mostrou nenhuma diminuição sustentada nas solicitações de exames de imagem de rotina da lombalgia dos médicos. Isso foi interpretado como indicando o papel significativo dos fatores do paciente (por exemplo, necessidades e preferências) na explicação dessa incompatibilidade.63

Apesar do forte desejo dos pacientes por exames de imagem para alcançar um diagnóstico preciso para aliviar a ansiedade sobre o diagnóstico, quando realizados, os exames de imagem não foram associados a nenhum benefício psicológico.64656667 Intervenções eficazes para corrigir as crenças inúteis dos pacientes podem exigir que os médicos comuniquem o papel da imagem de forma mais eficaz e forneçam segurança e um plano de gerenciamento significativo aos pacientes. No entanto, o tempo limitado e as pressões financeiras na prática clínica tornam isso desafiador.6869

– Educação em Dor

Uma variedade de estratégias, como vídeos personalizados de educação do paciente e uma intervenção de panfleto focada no consumidor por meio de farmácias comunitárias, tem sido usada para corrigir crenças relacionadas à lombalgia fora da consulta clínica, com resultados promissores.7071 No entanto, essas estratégias foram implementadas em pequena escala, onde o efeito pode diferir quando são implementadas de forma mais ampla. Portanto, para atingir efetivamente a crença inútil sobre a necessidade de imagens na comunidade, é necessária uma campanha de mídia de massa pública em larga escala.72 Uma campanha de mídia de massa em larga escala no Canadá visando a atitude do público em geral para permanecer ativo, enquanto experimentando lombalgia, mostrou ter um impacto sustentado na mudança do equívoco público de evitar atividades na lombalgia.73

– Necessidades de Informação

Em termos de outras necessidades de informações de saúde, os pacientes queriam informações claras, confiáveis ​​e consistentes sobre a natureza da lombalgia, seu prognóstico benigno e conselhos sobre estratégias de manejo farmacológico e não farmacológico. No entanto, embora fossem desejadas informações sobre estratégias gerais para o manejo da lombalgia, também havia uma clara preferência pelo aconselhamento dos profissionais de saúde de acordo com a idade, estilo de vida e status ocupacional do indivíduo74757677787980 e ser entregue em um tom adequado e linguagem compreensível.

Além da necessidade de aconselhamento personalizado sobre opções, segurança e eficácia do manejo da dor na lombalgia, esta revisão também revelou uma preferência consistente entre os pacientes em explorar outros domínios não farmacológicos, incluindo exercícios, autogestão e serviços de apoio disponíveis para lombalgia. No entanto, a maioria das diretrizes clínicas da lombalgia tem recomendações genéricas, por exemplo, recomendação de considerar exercícios em grupo para minimizar custos, com pouca ênfase em como abordar o gerenciamento “sob medida para o paciente”8182 e como integrar adequadamente a atividade física com os outros fatores que contribuem para a experiência da lombalgia. Isso ilustra ainda mais a incompatibilidade entre as necessidades percebidas dos pacientes e as recomendações atuais no manejo da lombalgia.

– Terapias educacionais

Abordagens como a Terapia Cognitiva Funcional provavelmente ajudarão a preencher essa lacuna.83 Clínicos e médicos praticantes foram relatados como inadequadamente treinados e com falta de confiança no manejo de condições de dor musculoesquelética de longo prazo e expressaram dificuldade em adotar e implementar uma abordagem biopsicossocial para o manejo da lombalgia84858687 Isso pode contribuir para que os pacientes recebam conselhos inconsistentes de diferentes profissionais de saúde, o que muitas vezes resulta na prestação de cuidados de baixo valor, levando à frustração, o que ameaça a relação terapêutico médico-paciente. Educar os profissionais para abordar as crenças e atitudes inúteis subjacentes dos pacientes em relação à lombalgia pode melhorar os resultados da lombalgia a longo prazo.88

Assim, podem ser necessárias novas abordagens educacionais para melhorar as habilidades dos médicos no fornecimento de educação eficaz sobre lombalgia para garantir que informações corretas e consistentes sejam fornecidas. Abordagens inovadoras, como aprendizagem interativa em grupo ou aprendizagem virtual assistida por computador, em vez da disseminação tradicional de diretrizes e atualizações educacionais, têm sido utilizadas com sucesso8990 Além disso, o uso de linguagem adequada e não ameaçadora pode ser enfatizado nessas novas abordagens educacionais para garantir um melhor sucesso na oferta de uma educação eficaz sobre dor lombar.91

– Emprego e ambiente de trabalho

Existe um forte desejo consistente de informação sobre prognóstico, gestão e prevenção de surtos, com uma abordagem personalizada de segurança no trabalho, informação sobre direitos dos trabalhadores, incertezas sobre a capacidade futura de trabalho, direito a licenças e informar o local de trabalho sobre sua condição, para evitar ser considerado um fingidor.92939495 Em consonância com nossos achados, apesar de ser um problema comum, a lombalgia muitas vezes provoca ceticismo nos colegas de trabalho, sendo o problema visto como psicogênico ou fingimento, o que agrava ainda mais o sofrimento dos pacientes, retardando a participação na reabilitação da lombalgia.9697

Além disso, outros fatores relacionados ao trabalho, incluindo respostas negativas de supervisores, demandas de trabalho e falha por parte dos empregadores em fornecer modificações adequadas às tarefas de trabalho, também demonstraram contribuir para o retorno malsucedido ao trabalho,98 sugerindo que as intervenções educacionais precisam visar não apenas pacientes, empregadores e médicos, mas também todas as atitudes e crenças da sociedade em relação à lombalgia.

A campanha de mídia de massa da Victorian WorkCover Authority ‘Back Pain: Don’t Take It Lying Down‘ alterou com sucesso as crenças da comunidade com dor lombar, resultando em uma redução significativa e sustentada no número de pedidos de indenização de trabalhadores por dor lombar e utilização de serviços de saúde.99 Esta campanha foi replicada por três outros países, com resultados razoavelmente positivos,100 tornando-se um exemplo convincente baseado em evidências para uma abordagem social semelhante para melhorar os resultados da lombalgia, incorporando o conteúdo de informações de saúde importantes sobre a lombalgia de todos os pacientes.

– Relação Médico-Paciente

Esta revisão destacou que as necessidades de informação de saúde dos pacientes sobre lombalgia permaneceram impulsionadas pela necessidade de um diagnóstico, a fim de validar e legitimar seus sintomas. Isso pode contribuir para o aumento do uso de imagens inadequadas para lombalgia. Além disso, outras preocupações relacionadas ao trabalho e emprego foram identificadas, sugerindo que há um ceticismo contínuo associado à lombalgia, especialmente no local de trabalho. A incapacidade de acessar conselhos individualizados e consistentes de várias fontes confiáveis ​​pode contribuir para uma deterioração no relacionamento do paciente com seu profissional de saúde, estigmatizando-o ainda mais.

Assim, uma abordagem integrada de saúde pública, além de capacitar os médicos para melhorar sua capacidade de fornecer informações de saúde usando linguagem simples e compreensível, incorporar as preferências e necessidades pessoais dos pacientes na lombalgia é urgentemente necessária, para enviar informações consistentes e precisas aos pacientes. A fim de melhorar os resultados clínicos na lombalgia, abordar e corrigir crenças inúteis pode alinhar melhor as expectativas dos pacientes com as dos profissionais de saúde. 

Conclusões

A revisão identificou duas grandes áreas de preocupação dos pacientes com lombalgia.

A primeira grande área abrangeu as necessidades relacionadas ao conteúdo da informação: informações gerais relacionadas à dor lombar, sua causa e patologia de base; forte desejo de diagnóstico e imagem; prognóstico, incapacidade futura e efeito na capacidade de trabalho; precipitantes e gestão de flares; abordagens gerais de gestão; estratégias de autogestão; prevenção; e serviços de apoio.

A segunda grande área de necessidades estava relacionada com a forma como a informação foi entregue. As pessoas com dor lombar queriam informações claras e consistentes fornecidas em tom adequado e linguagem compreensível.

Uma grande variedade de intervenções diagnósticas e terapêuticas são frequentemente aplicadas no manejo da dor lombar, apesar da evidência de que muitas delas são de baixo valor. Embora a educação seja recomendada na maioria das diretrizes de lombalgia, a maioria das diretrizes não especifica qual conteúdo deve ser incluído na educação do paciente, nem os métodos e formas didáticas pelas quais ela pode ser melhor comunicada.

Apêndice

Resultados selecionados de estudos individuais relacionados a cada um desses temas são apresentados no Quadro 1 , Quadro 2, respectivamente.

QUADRO 1

Conteúdo de informações gerais relacionadas à dor lombar
Ali101Os participantes estavam interessados ​​em obter informações e explicações sobre sua lombalgia.
Darlow102Eu simplesmente não tinha um quadro de referência para descobrir o que era… com as costas. Eu não sei… eu estou completamente no escuro.
Diagnóstico e causa/etiologia da lombalgia
Ali103Explicação biomecânica e ‘anatômica’ de seus problemas nas costas: ele deve explicar os movimentos e posições erradas…Eu queria saber do que são feitas as vértebras lombares, coccígeas e o que é espondilose.
Walker104Precisa de explicação da dor, causa da dor e por que a dor se desenvolveu: desesperado para saber o que estava causando a dor.
Necessidades percebidas de imagem
Dima105Os participantes acreditavam que o diagnóstico preciso só poderia ser obtido por meio de exame detalhado (avaliação por meio do toque físico) e/ou imagem (raios-X e ressonância magnética).
Hoffman106Necessidade de exames de imagem para tranquilizar e confirmar o diagnóstico: Raio X era para estabelecer se… era apenas um músculo distendido ou se era uma hérnia de disco.
Toye107Precisa de exames ou imagens para confirmar a legitimidade da lombalgia: eu meio que chorei de alívio quando vi o que estava errado… mas você não quer essa dor inexplicável.
Prognóstico, incluindo incapacidade futura e efeito na capacidade de trabalho
Coole108Os pacientes precisam de informações sobre sua capacidade de trabalhar com lombalgia devido à preocupação com sua capacidade de manter o trabalho e reduzir a incerteza sobre a capacidade de trabalho futura.
Liddle109Na verdade, isso realmente me assustou… Você começa a se preocupar com paralisia ou qualquer outra coisa.
Informações sobre precipitação de erupções
Coole110Os participantes queriam ganhar autocontrole da natureza imprevisível da lombalgia, especialmente com crises: eu perdi a confiança nas minhas costas porque elas podem ir a qualquer momento…; Eles estão ficando cansados ​​do trabalho, você sabe, quando o surto acontece.
Toye111Se você se dobrou de uma certa maneira e seu disco escorregou e você está incapacitado.
Informações gerais sobre o gerenciamento da dor lombar
Ali112Os pacientes queriam ser responsáveis ​​por seus cuidados com as costas e desejavam explicações e aprender seu papel no processo de tratamento. Eles queriam conselhos e prescrição de exercícios para lombalgia: são minhas costas, é minha responsabilidade cuidar sempre delas; …deve explicar o plano em etapas dentro de um prazo e os benefícios de cada exercício.
Darlow113Os pacientes queriam ser reforçados sobre a importância de permanecerem ativos durante os episódios agudos e receber informações sobre posturas corretas, fortalecimento muscular específico das costas para ajudar a ‘proteger a coluna’. Eles valorizaram a garantia sobre a segurança do movimento no estabelecimento da lombalgia.
Turner114Precisa de conselhos sobre como voltar às atividades normais.
Informações personalizadas sobre o gerenciamento da dor lombar
Ali115Não consigo puxar os joelhos até o peito no trabalho, posso? Sento-me por 8 horas para atender chamadas.
Bishop116Precisa de aconselhamento personalizado sobre a variedade de opções de gerenciamento disponíveis para lombalgia, incluindo terapias não intervencionistas e intervencionistas.
Farin117Importante considerar as circunstâncias pessoais no manejo da lombalgia crônica, especialmente para pacientes mais velhos.
Informações sobre o manejo da dor
Coole118Os pacientes queriam conhecer o papel da analgesia simples na lombalgia, em relação ao perfil de segurança, efeitos colaterais, eficácia e impacto no trabalho.
Informações sobre gestão de flares e medidas preventivas
Layzell119Precisa de informações sobre como lidar com crises agudas de lombalgia.
Young120Os pacientes desejavam estratégias para prevenir a exacerbação da lombalgia, para reduzir a ansiedade da natureza imprevisível da lombalgia.
Estratégias de autogestão
Laerum121Quer saber que tipo de atividade ele/ela preferencialmente poderia fazer e deveria evitar.
Walker122Os pacientes queriam saber sobre autogestão, ou seja, o que poderiam fazer sobre a dor e o plano de tratamento futuro: estou clamando por alguém que se interesse por mim porque sou um lutador e quero melhorar minha saúde.
Informações sobre serviços de suporte para a dor lombar
Bowman123Precisa de informações sobre redes sociais/grupos de apoio disponíveis.
Briggs124Nem sei onde procurar…; A informação simplesmente não existe; não está disponível.
Coole125Os pacientes queriam informações do empregador sobre a política e os procedimentos de gerenciamento de ausências, por exemplo, extensão do tempo de folga permitido para a dor lombar, pois estavam particularmente preocupados com o efeito dos esquemas de bônus da empresa em sua decisão de tirar folga.

QUADRO 2

Exemplos selecionados de necessidades percebidas pelos participantes relacionadas ao modo de entrega de informações de saúde sobre dor lombar.

Necessidade de informações de alta qualidade
Briggs126Os pacientes queriam informações confiáveis, por exemplo, de especialistas, pois acreditavam que o atendente não é especializado no manejo da dor e ‘não está atualizado’ com o manejo da lombalgia.
McIntosh127Necessidade de informações atualizadas, baseadas em evidências, válidas e confiáveis ​​como alternativa. As informações recebidas de outros profissionais, por exemplo, fisioterapeutas, osteopatas, quiropráticos, “frequentemente eram conflitantes”.
Toye128Os pacientes queriam informações consistentes, para não se confundirem com conselhos conflitantes ou opiniões divergentes de especialistas: Acreditamos que você tem um traço de espondilolistese… e quando fui ver o consultor, ele disse “não, sua coluna está bem…; Fiquei muito chateado… bem, em quem você acredita? Você acredita em um ortopedista, ou acredita em um radiologista…; Alguém mais vai dizer que é outra coisa completamente diferente mais tarde?
Necessidade de que as informações de saúde sejam fornecidas em tom adequado e linguagem compreensível
Farin129Precisa de comunicação aberta e clara com foco em circunstâncias pessoais para fornecer mais apoio emocional aos pacientes com lombalgia.
Walker130Os médicos precisam mostrar melhor comunicação e compreensão com os pacientes e evitar o uso de terminologia médica para ‘desmedicalizar’ todo o processo de consulta médica: eles tratam você como se você não entendesse do que eles estão falando… eu gostaria de ser falado no meu próprio nível…; Eles não conseguem reconhecer a realidade dos sentimentos do sofredor.
Fonte de informação
Dima131Os pacientes desejavam informações de fontes credíveis e confiáveis, pessoais ou profissionais: se foi recomendado por alguém em quem eu confiava… se foi alguém que fez ou foi recomendado por um médico de família.
Laerum132Precisa saber onde obter ajuda.
McIntosh133Fontes alternativas de informação que levam a conselhos conflitantes: Quando não há informações obtidas do médico de família, os pacientes acessam fontes alternativas de informações de outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas, osteopatas e quiropráticos, e outras fontes, como familiares e amigos…, que podem ser conflitantes.

Necessidades percebidas dos pacientes em relação ao conteúdo de informações de saúde relacionadas à dor lombar

Conteúdo de informações gerais relacionadas à dor lombar

Nove estudos identificaram as necessidades dos pacientes de informações gerais sobre lombalgia.134135136137138139140141142 Os participantes estavam interessados ​​em aprender informações simples e básicas sobre lombalgia. Especificamente, eles queriam uma explicação clara e detalhada da natureza da lombalgia, em grande parte relacionada ao seu curso imprevisível, intermitente e flutuante para melhorar ainda mais sua compreensão da lombalgia.143144145146147148149150151

Diagnóstico e causa ou etiologia da dor lombar

Vinte e sete estudos identificaram as necessidades dos pacientes para um diagnóstico de lombalgia e/ou uma causa explicável de lombalgia.152153154155156157158159160161162163164165166167168169170171172173174175176177178 Os achados incluíram as necessidades dos participantes de um diagnóstico ‘exato’ de lombalgia por vários motivos, incluindo a validação e legitimação dos sintomas dos pacientes.179180181182183184 A falta de diagnóstico foi associada à frustração.185 Alguns participantes acreditavam que sua dor não poderia ser fundamentada sem um diagnóstico específico.186 Além disso, os pacientes sentiram que a falta de um diagnóstico indicava que os profissionais de saúde não sabiam o que estavam fazendo, resultando em uma percepção de falta de relação terapêutica com o profissional de saúde.187188 Os participantes do estudo de Ong precisavam de um diagnóstico como ponto de partida para a terapia.189 Invariavelmente, a maioria dos participantes queria saber a causa dos sintomas.190191192193194195196197198199200201202203204205206207208209210211212213214215 Muitos ficaram insatisfeitos ao serem informados de que a dor era ‘relacionada à idade’ ou ‘desgaste’.216217 Alguns participantes exigiram e insistiram em ter uma explicação biomecânica ou física.218219220221 Em um único estudo de Toye, os participantes identificaram que tanto uma explicação física quanto psicológica eram relevantes.222

Necessidades percebidas de imagem

Oito artigos descobriram que os participantes acreditavam que a imagem era um componente essencial da avaliação da lombalgia.223224225226227228229230 Isso foi considerado necessário e necessário para confirmar o diagnóstico e identificar danos estruturais e a causa da lombalgia. Dois estudos identificaram o alívio que os participantes sentiram quando uma causa estrutural para a lombalgia foi identificada.231232

Prognóstico, incluindo incapacidade futura e efeito na capacidade de trabalho

A importância das informações sobre a história natural da lombalgia foi identificada em 15 estudos.233234235236237238239240241242243244245246247 Os participantes desses estudos queriam informações sobre o prognóstico da lombalgia, em particular seu prognóstico favorável e natureza benigna. A lombalgia foi comumente associada a medos significativos,248249250251252 com alguns participantes preocupados com a incapacidade futura.253254255256 Coole descobriu que os participantes estavam interessados ​​em informações sobre a capacidade de trabalho, principalmente em conhecer sua capacidade de trabalhar com lombalgia.257

Informações sobre precipitação de erupções

Quatro estudos identificaram as necessidades dos participantes de aprender sobre os potenciais precipitantes de crises de lombalgia.258259260261 Os participantes atribuíram essa necessidade à natureza imprevisível das crises de lombalgia,262263 em que o conhecimento nessa área os ajudaria a desconstruir o medo de movimentos específicos percebidos como associados à lombalgia264 e, portanto, ganharam autoconhecimento controle com gerenciamento de flare-up.265

Informações gerais sobre o tratamento da dor lombar

Vinte e um estudos descobriram que os participantes queriam informações sobre o manejo da lombalgia.266267268269270271272273274275276277278279280281282283284285286 Muitos participantes queriam informações sobre opções gerais de tratamento, incluindo estratégias farmacológicas e não farmacológicas287288289290291292293294295296297298299 Os participantes queriam receber informações sobre as opções disponíveis.

Com relação às estratégias farmacológicas, os participantes desejavam informações sobre diferentes opções de analgesia para o manejo da lombalgia, antes de tomar o medicamento300301302303 No estudo de Liddle, os participantes queriam conhecer o papel e a eficácia da analgesia no controle dos sintomas.304 Participantes de apenas um estudo expressaram a necessidade de informações sobre terapia complementar.305

O tratamento não farmacológico foi muito valorizado. Os participantes queriam especificamente informações sobre o papel da fisioterapia, osteopatia, aconselhamento postural e exercícios musculares das costas306307308309310311312313314315316317 Eles também queriam saber quais atividades físicas seriam benéficas e quais não seriam, para evitar crises de lombalgia318319320321322323324 Alguns participantes identificaram a necessidade de informações para ajudá-los a lidar psicologicamente com a lombalgia e melhorar sua capacidade de enfrentamento325326327328 No contexto de enfrentamento da lombalgia, a manutenção da independência foi valorizada por muitos participantes329330331332333334335336

A necessidade de informações personalizadas sobre o tratamento da dor lombar

Nove estudos identificaram os desejos dos participantes por tratamento personalizado ou adaptado para lombalgia337338339340341342343344345 Eles acreditavam que o manejo deveria ser específico para suas próprias circunstâncias, levando em consideração suas outras condições de saúde346347 idade, 348349 e necessidades específicas de estilo de vida.350351352353354 Os resultados de Darlow e colegas ilustraram a importância do aconselhamento específico para o paciente, pois os pacientes eram mais propensos a rejeitar o conselho se conflitasse com sua experiência de vida, objetivos de vida e crenças.355 Alguns participantes ficaram frustrados com o fornecimento de princípios gerais e exercícios genéricos em vez de conselhos de exercícios específicos e adaptados individualmente.356357358359

Informações sobre o tratamento da dor

Cinco estudos descreveram as necessidades percebidas pelo paciente para o manejo da dor na lombalgia.360361362363364 Embora os participantes desejassem informações gerais sobre o manejo da dor, isso incluía opções farmacológicas e não farmacológicas.365 Os participantes queriam informações sobre o papel, eficácia, segurança e efeitos colaterais das terapias farmacológicas.366367368

Informações sobre gestão de flares e medidas preventivas

Sete estudos descreveram as necessidades percebidas dos pacientes em relação ao manejo de crises e prevenção de lombalgia.369370371372373374375 Três deles descobriram que os participantes queriam informações sobre como lidar com as erupções quando elas ocorriam.376377378 Eles valorizavam informações que não entrassem em conflito com sua experiência de vida anterior e desejavam informações práticas que pudessem ser aplicadas em circunstâncias difíceis, como no trabalho.379380 Cinco estudos também identificaram a necessidade de informações sobre como eles podem prevenir a lombalgia.381382383384385

Estratégias de autogestão

Seis estudos focaram nas necessidades percebidas dos pacientes sobre estratégias de autogestão no manejo da lombalgia.386387388389390391 A maioria dos participantes queria aprender exercícios específicos que pudessem realizar para controlar sua lombalgia.392393394395 Muitos participantes estavam interessados ​​em conhecer o limite do exercício na lombalgia autogerenciada.396397

Informações sobre serviços de apoio para dor lombar

Cinco estudos identificaram as necessidades dos pacientes de informações sobre serviços de apoio para lombalgia.398399400401402 Alguns queriam informações sobre a disponibilidade de serviços médicos e de saúde afins, com um estudo focado especificamente nas barreiras de acesso percebidas por pacientes rurais.403404 Um estudo descreveu a necessidade de informações sobre suporte não médico de redes sociais e grupos de apoio.405 Os participantes de outro estudo identificaram a necessidade de informações sobre serviços de apoio específicos ao trabalho, por exemplo, informações de um empregador sobre a política de gerenciamento de ausências.406

Necessidades percebidas dos pacientes relacionadas ao modo de entrega de informações de saúde relacionadas à dor lombar

Onze estudos abordaram as necessidades percebidas dos pacientes relacionadas ao modo de entrega de informações relacionadas à lombalgia.407408409410411412413414415416417 As necessidades relacionadas à qualidade da informação prestada, à linguagem e tom utilizados e às fontes de informação.

A necessidade de informações de alta qualidade

Três estudos descreveram a necessidade de informações de saúde de alta qualidade sobre lombalgia.418419420 Em relação à qualidade das informações fornecidas por diversos profissionais de saúde, os participantes valorizaram informações válidas, confiáveis ​​e consistentes.421422 Eles não gostavam de receber conselhos conflitantes e discordantes de diferentes profissionais de saúde.423424 Em um estudo, os participantes não estavam satisfeitos com a qualidade das informações obtidas dos clínicos gerais.425

A necessidade de que as informações de saúde sejam entregues em tom adequado e linguagem compreensível

Oito estudos identificaram que os pacientes queriam que as informações de saúde fossem fornecidas em tom adequado e linguagem compreensível.426427428429430431432433 Os pacientes perceberam a necessidade de que as informações sejam comunicadas de forma aberta e clara,434435436437438 com apoio emocional,439440441442 e usando linguagem simples sem jargão médico443444445 e com tom aceitável.446 Os pacientes também preferiram que as informações fossem entregues em seu próprio idioma, sem usar jargão médico.447

Fonte de informação

Cinco estudos descreveram a necessidade de informações sobre como obter informações sobre lombalgia.448449450451452 Os participantes queriam informações sobre onde obter informações confiáveis.453454455 Eles descobriram que informações não obtidas do médico – mas de fisioterapeutas, osteopatasquiropráticos, familiares, amigos ou revistas – podem ter fornecido informações inúteis e conflitantes.456457

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