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Depressão & Dor crônica: a personalidade tem a ver com isso? – Parte 1

Depressão dor crônica e personalidade

Será que um certo tipo de personalidade “atrai” a depressão? E não seriam as pessoas depressivas as mais afetadas por dores crônicas? Noutras palavras, existiria uma subpopulação que, por uma questão de personalidade, fosse mais depressiva e mais afetada por dores crônicas que outras. E nesse caso, será que você pertence a ela? Será?

“Melhorar o autocontrole e a capacidade de controlar a raiva também pode melhorar sua capacidade de controlar a dor.”

– Scott McGreal, pesquisador australiano

Parte 1

Dias atrás me deparei com um estudo, cientificamente modesto, porém superinteressante para quem estuda e/ou padece de dor crônica.

A autora, psicóloga chamada Linda S. McKee-McAlpin, focou na (provável) relação entre depressão e personalidade em… pacientes com dor crônica. Seriam estes os portadores mais notórios de depressão? E nesses casos, que tipos de personalidade os caracterizariam?

Ora, convenhamos, essa averiguação vale por mil outras pipocando sem transcendência científica nem sentido prático, em sabe-se lá quantas faculdades de medicina e psicologia pelo mundo afora!

“Um estudo recente descobriu que os traços de personalidade parecem influenciar a força com que uma pessoa responde a um tratamento placebo para a dor. Os traços de personalidade associados ao autocontrole e à regulação da raiva, em particular, foram associados a um maior alívio da dor.”

Linda usou dois questionários para medir o que procurava: o Minnesota Multiphasic Personality Inventory – MMPI, concebido por Starke R. Hathaway, PhD, e J. C. McKinley, MD. como uma medida adulta de psicopatologia e estrutura de personalidade. E a arquiconhecida tipologia de Myers-Briggs, ou Myers-Briggs Type Indicator – MBTI, que identifica características e preferências pessoais, de autoria de Katharine Cook Briggs e sua filha, Isabel Briggs Myers.

Como já aventado, o estudo visou:

“… examinar a possibilidade de existirem tipos de personalidade mais propensos a lidar de forma inadequada e experimentar a síndrome da dor crônica, quando eles se deparam com uma lesão ou dor que resulta em mudanças inesperadas na vida.”

Comparou-se duas amostras de pessoas, uma de pacientes com dor crônica e outra de pessoas saudáveis.

Destaques

  • Os escores de depressão MMPI e os escores de Introversão de Myers-Briggs se mostraram significativamente correlacionados.
  • Os indivíduos com dor crônica mostraram preferências marcantes por Introversão, Sentimento e Julgamento (3 das 16 categorias que compõem o Myers-Briggs).
  • Entre eles primaram os tipos de personalidade ISFJ ou ISTJ, do Myers-Briggs.

Em seguida, como parte do estudo, os indivíduos com dor crônica foram internados em um Centro de Gerenciamento de Dor multidisciplinar durante quatro semanas.

Destaques

  • Os internados inicialmente mais deprimidos reduziram a depressão e se aproximaram da Extroversão no momento da alta do tratamento.
  • Em contraste com o anterior, os menos deprimidos ao serem internados não apresentaram mudança significativa na sua personalidade ao término da internação.
  • Todos os pacientes com dor crônica que passaram pelo tratamento mostraram menor tendência à depressão no momento da alta, independentemente de terem ou não preferido Introversão ou Extroversão no momento da admissão ao tratamento.

Conclusões

Os resultados sugerem que existem tipos de personalidade que correm maior risco de sofrer de síndrome de dor crônica quando confrontados com uma lesão inesperada.

Você ficou curioso, ou intrigado, quanto a ser portador de um dos tipos de personalidade apontados como propensos a atrair um combo de depressão com dor crônica? Aqueles dois tipos de personalidade ISFJ ou ISTJ, cercados pelo Myers-Briggs na pesquisa?

Leia a Parte 2 com comentários detalhados.

Ler a Parte 2

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