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Afinal, a cloroquina e a hidroxicloroquina são eficaces no tratamento do covid 19?

COVID-19: cloroquina e hidroxicloroquina

A cloroquina e hidroxicloroquina estão disponíveis há décadas para tratar doenças (ex. malária) mas também podem ser eficazes no tratamento de COVID-19. É mesmo? A seguir, veja nessa matéria postada ontem (24/03/20) pela Harvard Medical School o que atualmente se sabe sobre isso.

“Um sujeito paranoico é aquele que sabe nada do que está havendo”.

– William S. Burroughs

Esses dois medicamentos foram objeto de muita discussão nos últimos dias. As redes sociais espalharam notícias sobre a sua eventual eficácia uma vez que o Hospital Albert Einstein (SP) estaria usando em seus pacientes com 100% de sucesso. (Eu tenho o vídeo, porém não vou postá-lo. É provável que você também o tenha recebido.) E a paranoia se instalou.

Cientistas e autoridades sanitárias, com o Ministro da Saúde à cabeça, logo procuraram esfriar o entusiasmo. Porém, duvido que a corrida às farmácias tenha arrefecido ao ponto de que pacientes com artrite reumatoide, para os que, por exemplo, esses medicamentos são habitualmente prescritos, consigam comprá-los.

A cloroquina e hidroxicloroquina estão disponíveis há décadas para tratar doenças (ex. malária) mas também podem ser eficazes no tratamento de COVID-19. É mesmo? A seguir, veja nessa matéria postada ontem (24/03/20) pela Harvard Medical School o que atualmente se sabe sobre isso.

“A cloroquina e a hidroxicloroquina são usadas ​​principalmente para tratar a malária e várias doenças inflamatórias, incluindo lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) e artrite reumatoide. Nenhuma droga é perfeitamente segura, mas essas drogas são bastante seguras quando usadas por apenas alguns dias, e podem ser necessárias para tratar o COVID-19. Elas também são baratas, já disponíveis em nossas farmácias locais e relativamente livres de efeitos colaterais.

A questão é, claro, se elas são eficazes contra o coronavírus que causa o COVID-19. Elas são eficazes para matar o vírus em um prato de laboratório? E elas são eficazes para matar o vírus nas pessoas? Se a resposta para a primeira pergunta for “não”, não há sentido em obter uma resposta para a segunda pergunta.

Há fortes evidências de que os dois medicamentos matam o vírus COVID-19 no laboratório. Os medicamentos parecem funcionar através de dois mecanismos. Primeiro, eles dificultam a ligação do vírus à célula, impedindo a entrada do vírus na célula e multiplicando-se dentro dela. Segundo, se o vírus conseguir entrar na célula, as drogas o matam antes que ele possa se multiplicar.

Mas esses medicamentos funcionam em pessoas com COVID-19? Muitos estudos estão em andamento para obter uma resposta a essa pergunta, mas em 24 de março de 2020, apenas dois haviam emitido resultados preliminares.

Um relatório, publicado em fevereiro de 2020, afirmou que a cloroquina havia sido usada em mais de 100 pacientes na China que tinham COVID-19. Os cientistas afirmaram que seus resultados demonstraram que a cloroquina é superior ao tratamento de controle na inibição do agravamento da pneumonia, melhorando os achados de imagem pulmonar, eliminando o vírus do corpo e diminuindo a duração da doença.

Essas alegações são emocionantes. No entanto, o relatório praticamente não forneceu evidências em apoio às reivindicações.

  • Primeiro de tudo, este não foi um estudo controlado randomizado, duplo-cego, o padrão-ouro para estudos de pesquisa.
  • Segundo: nenhuma evidência foi apresentada sobre a gravidade da pneumonia, nem se os achados nas radiografias pulmonares ou nas tomografias computadorizadas realmente melhoraram.
  • Terceiro: embora afirmem que a droga fez o vírus desaparecer, eles não informaram quais eram os níveis do vírus antes e depois do tratamento. Em suma, não há muita evidência.

Outro estudo é mais encorajador. Foi conduzido por um excelente grupo de cientistas no sul da França, uma região atingida pelo COVID-19. Este também não foi um estudo randomizado. Em vez disso, os cientistas compararam 26 pacientes que receberam hidroxicloroquina a 16 que não receberam: após seis dias, o vírus desapareceu do corpo em 70% daqueles que receberam o tratamento, em comparação com apenas 12,5% daqueles que não receberam. A droga parecia ser tão eficaz nos pacientes mais doentes quanto nos menos doentes, mas o estudo foi muito pequeno para ter certeza disso. O estudo também foi pequeno demais para dizer com segurança que as pessoas que receberam o tratamento estavam protegidas contra uma doença prolongada ou morte.

Em resumo, há algumas razões para otimismo de que a hidroxicloroquina possa ser eficaz no tratamento de pessoas com COVID-19. Existem muitos estudos em andamento, e devemos ter respostas mais sólidas dentro de alguns meses.”

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