No plano global, a boa notícia da semana foi o fato de os líderes do G7 (países mais ricos) terem dobrado o seu compromisso de financiar o COVAX, a entidade encarregada de fazer chegar vacinas às nações pobres, chegando assim a US$ 7,5 bilhões. A má notícia doméstica é o veloz avanço das variantes do vírus, especialmente a de Manaus. O diabo é que para deter um surto viral potencializado desse tipo nas regiões/cidades em que ele se manifestar com maior força, é essencial contar com uma boa capacidade de testagem e de rastreamento de contatos. Algo do qual o Brasil carece. Ah, e ia me esquecendo que o inefável Pazuello prometeu disponibilizar 230 milhões de doses de vacinas para assim vacinar 50% da população até junho. A conferir. Em julho.
Uma notícia boa, mas nem tanto para nós
Três novos estudos vindos à tona nas últimas semanas sugerem que uma única dose da vacina pode ser suficiente para imunizar. Um pequeno detalhe: os três avaliaram unicamente as vacinas americanas – Pfizer/BioNTech e Moderna – que usam o mRNA mensageiro para ativar o sistema imunológico. Não é o caso das vacinas atualmente sendo cogitadas pelo Brasil. So sorry.
A vacina da Pfizer: o “padrão-ouro” das vacinas anti-Covid-19
Publicado no The Lancet na quinta-feira e com base em um grupo de 9.100 profissionais de saúde israelenses, o estudo mostrou que a vacina da Pfizer foi 85% eficaz 15 a 28 dias após receber a primeira dose. Os ensaios clínicos em estágio final da Pfizer/BioNTech, que envolveram 44.000 pessoas, mostraram que a vacina era 95% eficaz se duas doses fossem administradas com três semanas de intervalo.
Acabo de descobrir o que por tanto tempo suspeitei: eu sou mesmo Napoleão!
“Rejeição ao trabalho de Bolsonaro volta a 48%, o recorde na pandemia. Taxa é igual a de junho de 2020.” Eis o título de uma matéria publicada na quinta-feira passada, num site de grande circulação em Brasília. Leia de novo. Respire fundo. Sente, se estiver ficando tonto(a). Ok, pense que todos têm direito a uma opinião – até agora. Pense, mas não desculpe. Leia pela última vez. Ou seja, que depois de um ano com a pandemia correndo solta em boa parte graças à omissão ou incompetência de um comando central, e um quarto de milhão de mortos justamente muito mortos em parte por conta disso, de cada 2 brasileiros, apenas um rejeita “o trabalho do Bolsonaro”? Parem o mundo que eu quero descer!
Quarentena encurtada
Muita gente ainda pensa que o período de isolamento para quem testa positivo para a Covid-19 é de 14 dias. Errado. O isolamento pode ser encurtado para 10 dias nos casos de pessoas com sintomas ligeiros de Covid-19 ou assintomáticas e com teste positivo, e só se estiverem sem utilizar antipiréticos (para controlar a febre) durante três dias consecutivos e apresentem melhoria significativa dos sintomas.
Lá como aqui
Na Flórida, semana passada, duas mulheres apareceram num local de vacinação contra o coronavírus “fantasiadas de avós”. Elas tinham 34 e 44, não mais de 65, portanto, apesar de seus trajes, que incluíam óculos, elas não eram elegíveis para serem vacinadas. No entanto, era a segunda dose para ambas. As mulheres apresentaram cartões válidos dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA indicando que já haviam recebido suas primeiras doses de vacina. Ninguém sabe como elas escaparam da primeira vez.
A Covid 19 pelo mundo afora
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O país dobrou a taxa de vacinação nessa semana, porém continua tendo uma média de mais de 2.000 mortes por dia e está a caminho de chegar a 500.000 mortes na próxima semana.
Na sexta-feira, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças divulgaram novas diretrizes para a reabertura de escolas, mas ignoraram a melhoria da ventilação como medida de precaução. Treze especialistas instaram o governo a exigir uma combinação de máscaras e medidas ambientais, como melhor ventilação, para diminuir os riscos em vários locais de trabalho. hospitais, escolas e frigoríficos. Foi apenas em julho que a Organização Mundial da Saúde reconheceu que o vírus pode permanecer no ar em espaços fechados lotados, depois que 239 especialistas pediram publicamente à organização que o fizesse. As vacinas da Moderna e Pfizer-BioNTech protegem efetivamente os destinatários. Mas, em um sinal preocupante, elas são um pouco menos eficazes contra uma variante encontrada na África do Sul. Um menino paulistano passou maus bocados para escapar do que parece ter sido uma doença rara intitulada Multisystem Inflammatory Syndrome in Children (ou MIS-Ca). Casos desses surgiram pela primeira vez na Europa e na América do Norte no primeiro semestre do ano passado, aparentemente ligados à pandemia Covid-19. Durante a primeira onda, cerca de metade dos pacientes precisou de tratamento na unidade de terapia intensiva, mas agora 80 a 90% o fazem. As razões não são claras. O aumento segue o pico geral de casos de Covid nos Estados Unidos após o feriado de inverno, e mais casos podem simplesmente aumentar as chances de surgimento de doenças graves. Até o momento, não há evidências de que as variantes recentes do coronavírus sejam responsáveis, e os especialistas dizem que é muito cedo para especular sobre qualquer impacto das variantes na síndrome. |
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A África do Sul compartilhará suas doses não utilizadas da vacina AstraZeneca-Oxford com a União Africana, disse o ministro da saúde do país na terça-feira. A África do Sul, que comprou 1,5 milhão de doses da vacina, decidiu suspender os planos de distribuí-la este mês, depois que um pequeno ensaio não conseguiu demonstrar que poderia prevenir casos leves ou moderados de Covid-19 causados pela preocupante variante do país. |
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No dia 3 de fevereiro, no início da vacinação em massa no Chile, o ministro da Saúde, Enrique Paris, anunciou uma campanha de comunicação para promovê-la. Depois, durante a primeira semana de inoculações, as doses foram administradas a mais de um milhão de pessoas, porém nada de campanha. Nesta quarta-feira, questionado, o ministro respondeu que “o plano de comunicação está presente há vários meses”. Os chilenos inventaram a comunicação incomunicável não-comunicada. |
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A Tailândia anunciou na quinta-feira (11/02) planos para inocular 1 milhão de seus habitantes mais vulneráveis contra Covid-19 até maio. O plano da Tailândia de produzir a vacina AstraZeneca contra o coronavírus localmente está em vias de estar pronto para começar as inoculações em massa em junho, com capacidade para fazer até 18 milhões de doses por mês. Coincidentemente, a estratégia de vacinas da Tailândia gira em torno da produção de vacinas AstraZeneca pela empresa local Siam Bioscience, de propriedade das vastas holdings comerciais do rei tailandês. Pelo visto os chineses da Sinovac dançaram. Lembremos que a Tailândia foi um dos três países onde a Coronovac foi testada. |
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A Irlanda acaba de reportar três casos da variante brasileira. |
Ora, quem diria? O lockdown dá certo!
Houve um “forte declínio” nos níveis de infecções por coronavírus na Inglaterra desde janeiro, dizem os cientistas que rastreiam a epidemia. O estudo React do Imperial College London descobriu que as infecções caíram dois terços em toda a Inglaterra desde o início do bloqueio, com uma queda de 80% em Londres. Essas descobertas são baseadas em mais de 85.000 testes de esfregaço de pessoas selecionadas aleatoriamente, elas sugerem que o distanciamento social e as restrições estão tendo um impacto. Espantoso. Os cientistas descobriram que um vírus que se transmite pelo contato não mais se transmite se o contato for interrompido. Essa informação, chocante, deveria ser repassada nesse fim de semana a todos os frequentadores das praias que não deveriam frequentar pelo país afora. Obviamente, ante tamanha descoberta, todos, ou quase todos, vão voltar para casa.
Nações Unidas. Quem diria! Elas ainda existem.
Na quarta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que o G-20 elabore um plano global de vacinação, envolvendo uma força-tarefa para mobilizar farmacêuticas e outras indústrias que possam ser utilizadas. “Se permitimos que o vírus se espalhe como um incêndio no hemisfério sul, ele sofrerá mutações continuamente. As novas variantes poderiam ser mais transmissíveis, mais mortais e, potencialmente, ameaçar a eficácia das vacinas e dos diagnósticos atuais. Isso pode prolongar a pandemia significativamente, permitindo que o vírus volte a assolar o norte do planeta”. Na mosca.
Quanto as vacinas por aqui protegem contra a variante de Manaus?
As variantes do novo coronavírus já estão na mira dos cientistas em vários países, o Brasil inclusive. Sabe-se que várias vacinas – Pfizer, Moderna, Covavax, Oxford-AstraZeneca – se mostram menos eficazes diante da variante sul-africana. Porém, nada se sabe sobre a variante amazônica, que segundo o inefável Pazuello, seria “três vezes mais contagiosa” do que vai saber o que ele tinha em mente quando falou aquilo. O Instituto Butantan e a Fiocruz dizem estar estudando a eficácia das suas vacinas contra a variante amazônica, mas ainda sem resultados.
Risco de morrer de variante Covid.
Os cientistas divulgaram os dados por trás do aviso do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, na semana passada, de que a nova variante B.1.1.7 do Covid-19 está associada a mais mortes. A chance de morrer é cerca de 35% maior para pessoas confirmadas como infectadas com a nova variante. O risco é mais pronunciado para homens mais velhos. A chance de morte para um homem de 85 anos aumenta de cerca de 17% para quase 22% para aqueles com a variante. Os pesquisadores alertam que os dados são preliminares e não está claro se a variante é mais mortal do que as cepas anteriores ou se está se espalhando para mais pessoas vulneráveis a doenças graves.
Por trás da queda da Covid-19 da Índia.
As infecções relatadas de Covid-19 na Índia caíram de um recorde de quase 100.000 casos por dia em setembro para cerca de 10.000 casos por dia agora. Muitas explicações foram sugeridas, mas o mais provável é que os casos estão sendo perdidos porque o teste é irregular e muitas pessoas apresentam apenas sintomas leves, e que as intervenções de saúde pública, como o uso de máscara, estão funcionando. “Não há nada de incomum na queda de infecções na Índia. Não há milagre aqui.”, diz o virologista Shahid Jameel.
Adivinha, bom adivinhador
Pouco tempo atrás o Brasil e outros 9 países formavam o grupo dos Amaldiçoados pela Covid-19 (ou pela própria incompetência, melhor dizendo), entre eles Alemanha, Espanha, EUA, Índia… Você quer saber como está o Brasil nesse ranking multinacional de novos infectados com a Covid 19 agora? Clique aqui.