Agradecemos a colaboração inestimável do Dr. Jaime Olavo Marquez, neurologista, e da Dra. Patrícia Bonazzi, infectologista, na revisão das informações.
Não. Fatores como a forma como a vacina é armazenada, transportada, administrada e a saúde médica de um indivíduo podem determinar a eficácia da vacina no mundo real. Os ensaios clínicos avaliaram apenas indivíduos saudáveis com doenças preexistentes estáveis. À medida que as campanhas de vacinação em massa acontecem, a logística operacional, juntamente com as condições médicas únicas de um indivíduo, pode afetar os níveis gerais de imunidade.
Sim. Esse documento, que ia ser instaurado no Reino Unido mas não foi, mostra o status de vacinação de uma pessoa para fins como viajar e participar de eventos públicos fechados. O estado de Nova York já apresentou sua versão – e obviamente as companhias aéreas, os hotéis e as empresas relacionadas ao turismo querem que o passaporte seja introduzido. Mesmo assim, vários estados americanos e uma porção do Parlamento inglês não concorda, alegando que a iniciativa seria discriminatória.
Sim, mas eles não serão sentidos por todos na mesma medida. Uma das vacinas líderes, ainda na Fase 3 provocou dor no local (84% dos casos), fadiga (63%), dor de cabeça (55%), dor muscular (38%), calafrios (32%), dor nas juntas (23%) e febre (14%). Efeitos colaterais, se houver, haverá nos primeiros 3 dias após a vacinação.
Não. A autorização de uso emergencial permite a aplicação da vacina apenas em grupos específicos, não para a população em geral. Já o registro definitivo, feito depois de a segurança e eficácia serem estabelecidas com a publicação dos resultados finais da Fase 3 de testes clínicos, permite a aplicação na população em geral.
Não. A Butanvac utiliza o vírus da doença de Newcastle, uma enfermidade que afeta apenas aves, como um vetor. Ou seja, ele é inativado e alterado para abrigar a proteína Spike do novo coronavírus — aquela usada para invadir nossas células. Após a injeção, o organismo fabrica anticorpos contra essa estrutura, impedindo uma infecção de verdade. A estratégia é parecida com a das vacinas de Oxford e Janssen.
Não. O Ministério da Saúde conversa com a Sinopharm da qual já pediu comprar 30 milhões de doses. No teste clínico fase 3 essa vacina se mostrou 79% eficaz – menor que a da Pfizer e Moderna, mas muito maior que a Coronavac (50,37%). No entanto, os Emirados Árabes Unidos disseram que a vacina era 86% eficaz, conforme resultados provisórios de fase três.
Não. A CoronaVac, produzida pela Sinovac, tem eficácia levemente acima do mínimo de 50%. Ou seja, ela protege ao menos cinco de cada 10 pessoas que a tomarem, a mesma taxa mínima que o CDC americano e a ANVISA estabeleceram para autorizar vacinas nos EUA e no Brasil, respectivamente. As 4 vacinas americanas, a inglesa e a chinesa Sinopharm reportaram taxas de eficácia bastante superiores.
Não necessariamente. A produção de anticorpos interessa, sim. Ela pode influenciar a eficácia, mas não entra no seu cálculo. Na Fase 3, a eficácia é medida em termos de quanto a vacina se propõe a proteger o grupo vacinado nessa fase do teste clínico. Comparando quantos que tomaram a vacina e apresentaram sintomas versus os que também apresentaram sintomas sem tê-la tomado.
A Food and Drug Administration (FDA) requer uma média de dois meses de dados de segurança e eficácia após a conclusão do regime de vacinação para autorização de uso de emergência. A duração da cobertura vacinal ainda não foi determinada e será monitorada conforme as campanhas de vacinação forem lançadas. A boa notícia é que as células de memória do nosso sistema imunológico, que identificam infecções e montam uma resposta imunológica, persistiram por mais de seis meses em alguns pacientes infectados com Covid-19.
Não. A imunidade natural – também chamada de “imunidade humoral” – é a imunidade obtida por quem sobrevive à Covid-19. Hoje não se sabe ao certo por quanto tempo ela se estende. Evidências iniciais sugerem que este período não será longo – mais de um ano, por exemplo – mas são necessários mais estudos para melhor compreender isso.
Improvável. Vacinas contra a Covid-19 não visam evitar o contágio e, sim, a forma mais grave da doença. O objetivo das vacinas antivírus é prevenir doenças clínicas, sintomáticas, e não necessariamente prevenir infecções. Evitando que as pessoas infectadas adoeçam, evita-se que elas fiquem gravemente doentes. Eis o objetivo final.
Não. De fato, acabar com a pandemia depende de que as vacinas sejam administradas a pessoas em todo o mundo. Porém, em 30/03/21 havia apenas 7,4 doses de vacina administradas por 100 pessoas em todo o mundo, e muitos países de baixa renda ainda não haviam administrado uma única dose.
Sim. Para Covid-19, estima-se que a transmissão atinja em média, entre duas e três pessoas, então cerca de 70% e 80% da população precisará estar imune para obter imunidade de rebanho. Mas isso é somente se uma vacina for 100% eficaz. No entanto, as vacinas Covid-19 foram menos de 100% eficazes em ensaios clínicos, e podem ser ainda menos no mundo real. Isso porque os testes não incluíram pessoas com certas condições médicas, como câncer, ou receptores de transplantes, para citar alguns exemplos.
Sim. Em parte, porque essa segunda dose funciona como um treino extra das células que foram ensinadas a produzir os anticorpos pela primeira dose. Um processo chamado de “maduração da afinidade”. Um bom nível de “maduração da afinidade” fornece a proteção considerada suficiente para aprovar uma vacina.
Nunca. Porém, vários estudos de vacinas de mRNA em humanos foram realizados nos últimos 10 anos. E, desde o início da pandemia, as vacinas da Pfizer e da Moderna foram testadas em dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo e passaram por um rigoroso processo de aprovação de segurança.
Sim. Qualquer material de uma planta, animal, micróbio etc., contém informação genética que passa de uma geração a outra. Essa informação fica nas células, em moléculas das quais você já ouviu falar – DNA and RNA – que controlam a reprodução, o desenvolvimento, o comportamento… A vacina da Pfizer-BioNTech, contém 10 ingredientes, dos quais apenas um é material genético: uma molécula chamada RNA mensageiro, ou mRNA – o material genético visado também pela vacina da Moderna. Os outros são substâncias gordurosas e açúcares que estabilizam a vacina.
Sim. A CoronaVac é baseada em um vírus cultivado em um laboratório que, em seguida, é morto – ou “inativado”. A CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac e que está sendo aplicada no Brasil, é eficaz contra as três variantes do novo coronavírus que circulam no país: a britânica (B.1.1.7), a sul-africana (B.1.351) e a brasileira (B.1.1.28), da qual são derivadas as chamadas P.1 (de Manaus) e a P.2 (do Rio de Janeiro).
Sim. Todas as vacinas têm. No teste clínico da CoronaVac, Fases 1 e 2, o sintoma mais comum foi a dor no local da injeção, que afetou entre um quarto e um quinto dos participantes que tomaram a vacina versus 10% dos que tomaram um placebo. Em comparação com vacinas com vetor viral ou vacinas de DNA ou RNA, a ocorrência de febre foi relativamente baixa. A maioria das reações foram leves (grau 1) em gravidade e os participantes se recuperaram em 48 horas. Nenhum evento adverso sério relacionado à vacina foi observado dentro de 28 dias após a segunda dose da vacina.
Sim. A EM é uma doença auto-imune do sistema nervoso central.EM , uma doença auto-imune do sistema nervoso central. A vacinação COVID-19 é especialmente importante para pacientes com EM progressiva ; são mais velhos; ter uma deficiência física ou ter condições crônicas como diabetes ou pressão alta ; ou são negros ou hispânicos. Alguns medicamentos diários tomados por pacientes com esclerose múltipla podem tornar as vacinas COVID-19 menos eficazes, mas ainda assim fornecerão proteção, incluindo a redução do risco de COVID-19 grave .
Não. Ambas as vacinas ativam o mRNA mensageiro, porém diferem quanto as condições de conservação. A vacina da Pfizer precisa ser armazenada até 30 dias entre menos 80 graus Celcius e menos 70 graus Celcius, e a vacina Moderna precisa de temperaturas em torno de menos 20 graus Celcius, que é próxima à temperatura de freezers de nível comercial. (A AstraZeneca, afirma que precisa de uma temperatura de refrigeração regular de 2 a 8 graus Celcius.) A vacina da Moderna pode permanecer a menos 20 graus Celcius por até seis meses e, em seguida, por um mês na geladeira, de acordo com a empresa. A vacina da Pfizer requer até 30 dias congelada a – 70 graus Celcius. Os centros de vacinação podem transferir os frascos para condições de armazenamento de 2-8 ° C por mais cinco dias, por um total de até 35 dias. Uma vez descongelados e armazenados sob condições de 2-8 ° C, os frascos não podem ser recongelados ou armazenados sob condições de congelamento.
Não. A Covid-19 está a caminho de se tornar o principal assassino em doenças infecciosas no mundo em 2020, excedendo o número anual de mortes por HIV, tuberculose e malária. Ele mata 3 vezes mais que a gripe. “Permitir que o vírus” siga seu curso “, como dizem os defensores da imunidade coletiva, exigiria milhões de novos casos e centenas de milhares de mortes, apenas nos Estados Unidos.
Embora os dados de eficácia de todas as vacinas anti-Covid 19 mais faladas relatem que ela supera os da vacina da gripe, nenhuma delas garante blindagem total quanto a se infectar com o vírus. A janela de oportunidade para este penetrar no organismo vai de 40% (CoronaVac) até 5% (Pfizer). Ou seja, quem tomar qualquer uma dessas vacinas deve entender que não ficara plenamente protegido, ao menos até se atingir a imunidade de rebanho – o que deverá acontecer em 2022. Mesmo no caso das vacinas americanas, Pfizer e Moderna, 5% dos vacinados, e potencialmente mais em certos grupos, podem não ficar imunes.
Não. Os primeiros quatro meses serão usados para imunizar todos os grupos prioritários e os outros 12 meses seriam para vacinar a população em geral. A campanha de vacinação deve durar pelo menos até o primeiro trimestre de 2022. Segundo cientistas, ao ritmo de 200 mil doses por dia, como é atualmente (19/03), vacinar toda a população com duas doses demoraria 4 1/2 anos.
As vacinas da Pfizer-BioNTech e Moderna requerem duas doses administradas com semanas de intervalo. Dependendo da vacina, pode levar de quatro a seis semanas desde a dosagem inicial para atingir níveis de imunidade e proteção comparáveis aos dos ensaios clínicos. Durante esse tempo, ainda é possível contrair uma infecção e adoecer. Depois de receber a segunda dose, seu corpo precisa de tempo, de duas a três semana, para construir a proteção necessária para combater o vírus.
Não. Essa pandemia é impulsionada pelo comportamento humano. Se muita gente continuar a ignorar as medidas de distanciamento social, a transmissão do vírus não vai parar nem sequer em dois anos. Assim sendo, é urgente se preparar o quanto antes para a eventualidade da pandemia diminuir aos poucos. Isso requer criar capacidade de testagem contínua e de rastreamento de contato em nível municipal, agora. Isso será fundamental para lidar com a resistência da pandemia nos próximos meses, fora novas medidas de isolamento e quarentenas.
Não. A imunidade não é um botão do tipo “liga/desliga”; é um disco daqueles usados (antigamente) para ajustar o volume do rádio ou do aparelho de som. Sem imunidade coletiva, o vírus ainda estará circulando na população e sempre haverá uma chance de que a vacina não esteja funcionando para você.
Os estudos ainda não mostram se a vacina impede alguém de transportar o vírus e transmiti-lo a outras pessoas, particularmente se for um portador assintomático. O vírus pode estar estacionado na passagem nasal de quem for vacinado, e daí voar via fala ou espirro para as vias respiratórias de outros sabe-se lá durante quanto tempo.
Não. Não há células fetais usadas em qualquer processo de produção de vacina. Os desenvolvedores da vacina na Universidade de Oxford dizem que trabalharam com células clonadas, mas essas células não são células de bebês abortados. As células funcionam como uma espécie de fábrica. Ela cria uma forma muito enfraquecida do vírus que foi adaptada para funcionar como uma vacina. Mas, embora o vírus enfraquecido seja criado a partir dessas células clonadas, esse material celular é removido quando o vírus é purificado, e não é usado na vacina.
Sim. Embora uma vacina seja a melhor maneira de prevenir que mais pessoas contraiam COVID-19, sejam internadas e eventualmente morram, as vacinas não dissiparão a pandemia com rapidez. Mesmo que todos no Brasil concordassem com a vacinação, o que não é o caso, ela não seria simultânea. E lembremos que nenhuma vacina será 100% efetiva contra o novo coronavírus. Portanto, todas as outras medidas preventivas, como o uso de máscara, o distanciamento social etc. precisarão valer até um número substancial de pessoas serem vacinadas.
Não. Elas não contêm vírus vivos que podem causar doenças. A própria infecção, sim, pode suprimir o sistema imunológico do hospedeiro e afetar negativamente a produção de anticorpos. Essas vacinas, ao contrário, aumentam a imunidade adaptativa, aquela adquirida após a exposição ao novo coronavírus.
Sim. Ambas usam um adenovírus inofensivo – ou seja, um tipo de vírus que causa um resfriado comum – para fornecer as instruções da proteína spike do coronavírus. A vacina da AstraZeneca funciona de maneira semelhante à vacina Johnson&Johnson/Janssen, exceto pelo uso de um adenovírus reprojetado que infecta chimpanzés.
Sim. Para vacinas de vetor viral Covid-19, o vetor (não o vírus que causa Covid-19, mas um vírus diferente e inofensivo) entrará em uma célula em nosso corpo e, em seguida, produzirá uma proteína de pico inofensiva que só é encontrada na superfície do vírus que causa Covid-19. A célula exibe a proteína spike em sua superfície, que ativa nosso sistema imunológico para começar a produzir anticorpos e ativar outras células imunológicas para combater o que ela pensa ser uma infecção.
Sim. Pessoas vacinadas e depois infectadas com uma das variantes preocupantes têm pouca probabilidade de serem hospitalizadas. Um pequeno ensaio clínico para a vacina AstraZeneca foi interrompido após mostrar apenas 22% de eficácia contra a variante B.1.351 detectada na África do Sul. Porém, nenhuma das pessoas vacinadas foi hospitalizada ou morreu. A Pfizer e a Moderna começaram a testar a terceira dose de “reforço” das vacinas para ver se a dose extra poderia fornecer proteção adicional contra as variantes. Eles também estão desenvolvendo vacinas específicas para variantes direcionadas à variante B.1.351.
Não. Comparar as diferentes taxas de eficácia das vacinas às vezes é como comparar maçãs e laranjas. A Pfizer e a Moderna, por exemplo, testaram suas vacinas no início da pandemia e principalmente nos Estados Unidos antes do surgimento de variantes mais contagiosas e mortais, enquanto muitos dos dados da Johnson & Johnson foram coletados na América do Sul e África do Sul, quando essas variantes estavam se espalhando .
Sim. Por enquanto, as vacinas Pfizer-BioNTech, Moderna, Oxford-AstraZeneca e Sinopharm têm mostrado bons resultados preliminares nisso. As vacinas em geral, são adaptáveis a variantes. A tecnologia mRNA usada nas vacinas americanas é muito mais fácil de ajustar e atualizar do que a das convencionais. A Pfizer-BioNTech anunciou que pode se adaptar (em 6 semanas) para neutralizar a variante surgida no Reino Unido.
Não. A eficácia da Pfizer-BioNTech, Fase 3, em adultos com mais de 65 anos de idade foi superior a 94% – equivalente às cifras de todos os grupos acima de 12 anos. Após a Fase 3, a Moderna e a Oxford-AstraZeneca dizem o mesmo sobre adultos acima de 56 anos, embora as amostras no caso tenham sido pequenas. Das outras vacinas, a Coronavac inclusive, nada foi publicado.
Em seus ensaios clínicos, Pfizer/BioNTech e Moderna, não rastrearam casos de infecções assintomáticas com Covid-19. Isso significa que a capacidade da vacina de diminuir a transmissão nunca foi avaliada. Estudos futuros precisarão avaliar se a vacinação diminui a transmissão viral antes que possamos reavaliar o papel das medidas de saúde pública.
A vacinação é segura e os efeitos colaterais da vacina são geralmente menores e temporários, como dor no braço ou febre baixa. Efeitos colaterais mais graves são possíveis, mas extremamente raros. Qualquer vacina licenciada é rigorosamente testada em várias fases de testes antes de ser aprovada para uso e regularmente reavaliada assim que é introduzida. Os cientistas também monitoram constantemente as informações de várias fontes em busca de qualquer sinal de que uma vacina possa causar riscos à saúde.
Sim. Porém, com ressalvas. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou (em 15/12/20) que assim que uma vacina contra a Covid-19 for autorizada oficialmente para o sistema público, obtendo o registro definitivo (não apenas o emergencial), ela poderá (em tese) também ser aplicada por hospitais e clínicas particulares. Em março foi sancionada uma lei que autoriza o setor privado, Estados e municípios a comprarem vacinas contra a Covid-19. Mas o seu uso será autorizado somente após a vacinação dos grupos prioritários.
Não. O objetivo é controlar a disseminação do vírus. O que se deseja entender não é apenas saber se as variantes causam doenças graves. É preciso entender também se elas 1) se espalham mais facilmente de pessoa para pessoa; 2) são detectadas pelos testes virais disponíveis; 3) respondem a medicamentos atualmente sendo usados para tratar pessoas com Covid-19; e 4) se reduzem a eficácia das vacinas Covid-19 vigentes.
Sim. As cinco variantes mais preocupantes surgiram no Reino Unido, África do Sul, Brasil e Califórnia – são mais transmissíveis, mais propensas a causar doenças graves, menos tratáveis com os atuais tratamentos Covid-19 ou melhores em evitar os anticorpos gerados por vacinação ou infecção anterior. Algumas têm uma combinação dessas características.
Não. Quando você se vacina ocorre um processo chamado “seroconversão”, pelo qual seu corpo reconhece o conteúdo da vacina como um invasor e começa a intensificar seu ataque a esse invasor. Isso leva ao desenvolvimento de anticorpos que protegem do vírus e demora várias semanas. Se você tomar a vacina Covid-19 e logo depois for exposto ao vírus, ainda poderá desenvolver a doença – levando à percepção de que adquiriu a doença com a vacinação, o que é incorreto.
Não. A vacina ativa uma molécula encontrada naturalmente nas células humanas que chama RNA mensageiro, ou mRNA. Um material genético que pode instruí-las a produzir uma proteína chamada spike. Ela está presente na superfície do coronavírus e, uma vez fabricada, ensina o sistema imunológico a reconhecer o coronavírus e a produzir anticorpos contra a proteína para assim combatê-lo no futuro. Injetar RNA em uma pessoa não faz nada com o DNA de uma célula humana.
Visualize uma balança, dessa antigas… de pesar alimentos ou metais. Num dos dois pratos ponha as chances, hoje cada vez mais reais, de você ficar doente por conta do vírus, ou de vir a sofrer coisa pior. E não só você, mas também gente que você ama ou estima. No outro prato, ponha os efeitos colaterais da vacina – ao menos um por pessoa… dor no local, febre… todos, aliás, geralmente muito leves. E efeitos a longo prazo, hipotéticos porque atualmente não são conhecidos. A vacina ajudará a evitar que você pegue a Covid-19, criando uma resposta de anticorpos (sistema imunológico) sem ter que ficar doente. E então decida.
As vacinas de mRNA contêm material do vírus que causa a Covid-19, que dá às nossas células instruções sobre como fazer uma proteína inofensiva que é exclusiva do vírus. Depois que nossas células fazem cópias da proteína, elas destroem o material genético da vacina. Nossos corpos reconhecem que a proteína não deveria estar lá e constroem linfócitos T e linfócitos B que se lembrarão de como combater o vírus que causa Covid-19 se formos infectados no futuro.
As vacinas de subunidade de proteína incluem pedaços inofensivos (proteínas) do vírus que causam Covid-19 em vez de todo o germe. Uma vez vacinado, nosso sistema imunológico reconhece que as proteínas não pertencem ao corpo e começa a produzir linfócitos T e anticorpos. Se formos infectados no futuro, as células de memória reconhecerão e combaterão o vírus.
As vacinas de vetor contêm uma versão enfraquecida de um vírus vivo – um vírus diferente daquele que causa a Covid-19 – que possui material genético do vírus que causa a Covid-19 inserido nele (isso é chamado de vetor viral). Assim que o vetor viral está dentro de nossas células, o material genético dá às células instruções para produzir uma proteína exclusiva do vírus que causa Covid-19. Usando essas instruções, nossas células fazem cópias da proteína. Isso leva nosso corpo a construir linfócitos T e linfócitos B que se lembrarão de como combater esse vírus se formos infectados no futuro.
Esta vacina induz à produção de anticorpos a partir do vírus inativado. Para isso, o vírus SARS-CoV-2 é cultivado em células e inativado com substâncias químicas e biológicas. Quando a vacina é administrada no organismo humano, as proteínas virais conservadas induzem uma resposta imune, e são produzidos anticorpos contra o patógeno. Após esta imunização, o indivíduo não manifesta a doença mesmo quando infectado, pois os vírus são controlados pelos anticorpos de memória.
Checando se os anticorpos produzidos pela vacina, e mesmo aqueles que as pessoas infectadas já produziam sem vacina – a chamada “imunidade humoral” – são capazes de identificar o vírus mesmo após ele ter sofrido a(s) mutação(ões). A ineficácia de uma vacina ocorre quando o vírus muda tanto que se esquiva dos anticorpos que produzimos e continua, portanto, a infectar as pessoas. Se esse ponto for alcançado, os pesquisadores terão que reformular as vacinas.
Através de vigilância rigorosa, permanente e acima de tudo, transparente e isenta. A segurança é uma prioridade absoluta durante o processo de aprovação da vacina, especialmente na Fase 2. Ela continua presente em todas as etapas seguintes. Por isso, não é incomum que um ensaio clínico seja temporariamente interrompido quando um possível efeito colateral inesperado (denominado evento adverso) é detectado.
Não. A demora anula o objetivo mais importante da vacinação, que é preservar a saúde da população e não a de Fulano ou Sicrano. Ou seja, frear o número de casos graves, para assim ir reduzindo o número de hospitalizações e mortes. Uma demora inútil vai manter o sistema de saúde exaurido.
Sim, a curto prazo, por três razões. A primeira é que, durante uma imunização tão grande, nem todos serão vacinados ao mesmo tempo. Fora isso, leva tempo para a resposta imunológica realmente se desenvolver e entrar em ação. Por fim, a maior utilidade da vacina não é proteger Fulano ou Sicrano, mas todo mundo. E isso, só depois da imunidade de rebanho ser atingida.
Sim. Elas vão surgir em maior número e periculosidade quanto mais a vacinação demorar. E alguma poderá driblar as vacinas conhecidas. Por outro lado, os cientistas já estão prevendo isso. E lembremos também que cada pessoa infectada produz um repertório grande, único e complexo de anticorpos. O sistema imunológico do corpo é também um adversário formidável para qualquer variante do vírus.
Sim. Isso chama imunogenicidade. Ou seja, a capacidade de uma substância estranha, como um antígeno, provocar uma resposta imune no corpo de um ser humano ou de outro animal. O teste clínico da CoronaVac produziu anticorpos neutralizantes em 92% daqueles injetados com baixas doses de concentração (3 microgramas), e em 98% daqueles que receberam doses em dobro da anterior, com 14 dias de diferença entre uma e outra.
Não. A vacinação é nos mesmos moldes do programa de imunização já existente, ou seja, gratuita e com a aplicação de doses nas unidades de saúde municipais e estaduais. Nenhuma prefeitura exclui quem estiver habilitado num grupo prioritário que estiver sendo convocado oficialmente.
Não. A menos que você tome regularmente um analgésico prescrito pelo seu médico, não é recomendado tomar um analgésico (como ibuprofeno ou paracetamol) antes da vacinação. Esses tipos de medicamentos podem afetar o funcionamento da vacina. No entanto, é importante não parar de tomar um medicamento prescrito pelo seu médico antes de receber a vacina, sem primeiro verificar se seria seguro fazê-lo.
Não. De fato, as seringas de vacina poderiam conter um microchip para coletar informações sobre quando e onde a vacina foi administrada, segundo a empresa que o ofereceu ao governo americano. Os números de série evitariam a falsificação, confirmariam a data de validade, e ajudariam as autoridades sanitárias a saber quantas pessoas foram vacinadas em um local quando ocorrem os surtos. Mas o microchip não seria injetado em seu corpo, e nenhuma informação pessoal ou do paciente seria registrada no dispositivo. Mas o governo americano parece não ter optado pelo microchip.
Fora a tecnologia e a diminuição de risco oferecida, a diferença está em que uma campanha de vacinação baseada numa vacina de 50% de eficácia irá precisar vacinar muito mais gente e, portanto, demorar mais em atingir a imunidade de rebanho, que uma outra campanha usando uma vacina com eficácia de 95%.
Não. A vacinação em massa não ocorre de um dia para outro e, mesmo que a vacina seja 90% efetiva, ela leva tempo para ser distribuída e ministrada num país enorme e complexo como o Brasil. Fora isso, a proteção por ela fornecida pode ser temporária, e seus efeitos de longo prazo, assim como os das mutações do novo coronavírus e das sequelas da Covid-19, são desconhecidos.
Sim. Essas erupções podem começar alguns dias a mais de uma semana após a primeira dose da vacina e às vezes são muito grandes. Mas deveriam ser passageiras e não impedem de se tomar a segunda dose no tempo recomendado. Você pode tomá-la no braço oposto. Se a erupção provocar coceira, tome um anti-histamínico. E se doer, um analgésico ou um anti-inflamatório não esteroidal (AINE).
Pessoas infectadas com o coronavírus normalmente produzem moléculas imunológicas chamadas anticorpos, que são proteínas protetoras encontradas no sangue produzidas em resposta a uma infecção. Esses anticorpos podem durar no corpo apenas dois a três meses, o que pode parecer preocupante, mas isso é perfeitamente normal após o desaparecimento de uma infecção aguda. Um problema é que o seu teste de anticorpos pode ser impreciso, de acordo com as diretrizes publicadas em setembro por uma importante sociedade médica. Alguns testes procuram os anticorpos errados e até mesmo os anticorpos certos podem desaparecer. O outro problema é que a imunidade natural, a que se obtém após a pessoa se infectar e se curar, provavelmente é inferior à imunidade proporcionada por uma vacina anti-Covid-19 e também não conflita com ela. Como os testes atuais não podem determinar se alguém está imune, disse a Infectious Diseases Society of America, os testes de anticorpos “não podem servir de informação para as decisões para interromper o distanciamento físico ou diminuir o uso de equipamento de proteção individual”.
Não. Pessoas com Covid-19 que apresentam sintomas devem esperar para serem vacinadas até que tenham se recuperado de sua doença e atendido os critérios para interromper o isolamento; aqueles sem sintomas também devem esperar até que atendam aos critérios antes de serem vacinados. Esta orientação também se aplica a pessoas que tenham Covid-19 antes de receber sua segunda dose da vacina.
Sim, existem grupos de pesquisa no Canadá trabalhando para desenvolver esses dois tipos de vacinas, e a vacina oral da Symvivo iniciou os testes clínicos. Há também um spray nasal da Beijing Wantai Biological Pharmacy e da Xiamen University que está em testes clínicos de Fase 2.
Sim. Porém depende do país. O FDA americano está deixando em aberto a possibilidade de que mulheres grávidas e amamentando possam optar pela imunização contra o coronavírus. A OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomenda a vacinação em gestantes, lactantes e puérperas, mas também não faz a contraindicação. No Brasil, embora as gestantes não sejam incluídas em uma das fases do Programa Nacional de Imunizações (PNI) especificamente, o Ministério da Saúde diz que as mulheres pertencentes a um dos grupos prioritários e que estejam nessas condições podem ser vacinadas após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios da vacina.
Não. Isolamento social consiste em evitar contatos humanos. A quarentena, por exemplo, é uma forma de isolamento social. Distanciamento social é se contatar com outros com segurança. Ou seja, mantendo uma distância mínima de 1,80 m e durante o menor tempo possível, de pessoas fora do convívio, quer seja dentro ou fora de qualquer recinto.
Quer dizer muita coisa, porém ainda insuficiente para registrar uma vacina. O mais importante é a sua eficácia. Ou melhor, a sua efetividade: a eficácia na vida real, e não num teste controlado como é na Fase 3. Precisa ver se ela protegeu contra a doença, se ela deixou a doença mais branda, e para observar isso precisa de tempo.
Não. Para começar, a fase 3 não é a última. Há uma fase 4 em que o desempenho da vacina é vigiado durante e após ela ser aplicada à população em geral. A fase 3 é onde a vacina é testada contra o vírus que se espalha no mundo real, mas ainda em condições controladas. Como os pesquisadores não podem infectar pessoas deliberadamente, eles têm que esperar para ver quem fica doente com Covid-19 em seu grupo de voluntários, comparando o grupo que recebeu a vacina real com o grupo que recebeu o placebo. Para acelerar o processo, os pesquisadores recrutam milhares de voluntários para que a taxa de infecções acumuladas aumente. Mas bastam alguns casos de infecção para demonstrar que a vacina funciona.
O Ministério da Saúde aderiu em outubro. Com isso, o país terá mais facilidade de acesso a um portfólio de nove vacinas em desenvolvimento, além de outras em fase de análise. Supõe-se que 40 milhões de doses de alguma das vacinas Covid-19 provenham da Covax, embora sem data prevista.
Não. Cerca de sete mutações por amostra. A influenza comum tem uma taxa de variabilidade que é mais do que o dobro. Ele provavelmente já está otimizado para afetar seres humanos, o que explica sua baixa mudança evolutiva. Isso significa que os tratamentos que estão sendo desenvolvidos, incluindo uma vacina, podem dar conta de todas as cepas do vírus.”
Não. Segurança e eficácia são medidas de desempenho distintas. A segurança se dá em termos dos efeitos colaterais e principalmente, os eventos adversos atribuíveis à vacina (foco da Fase II do teste clínico). Eficácia é a redução percentual da doença em um grupo de pessoas vacinadas em comparação com um grupo não vacinado, usando as condições mais favoráveis (foco da Fase III do teste clínico).
A imunidade de rebanho ocorre quando uma quantidade suficiente da população é exposta ao vírus, normalmente por meio de vacinação, e limita a capacidade do vírus de se espalhar. A porcentagem da população que requer imunização para obter imunidade coletiva varia de acordo com a doença. Por exemplo, com o sarampo, 95% da população precisa ser vacinada para limitar a propagação. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças americano, o limite de imunidade de rebanho para Covid-19 ainda não foi estabelecido. As estimativas são entre 70% e 90%, nos Estados Unidos.
Não. Não se trata apenas de sobrevivência. Para cada pessoa que morre, há outras que sobrevivem, mas passam por cuidados médicos intensivos, e aquelas que sofrem efeitos duradouros sobre a saúde. Isso sobrecarrega o serviço de saúde, competindo com os recursos limitados para tratar pacientes com outras doenças e lesões. Ao focar na taxa de mortalidade como único mérito da vacina, perde-se o sentido da vacinação enquanto esforço da sociedade para proteger a si mesma.
Não se sabe. Pode ser que determinado ingrediente tenha sido a causa, ou a estocagem e transporte da vacina. A Pfizer listou os ingredientes de sua vacina. Eles podem ser organizados em quatro categorias básicas: Gorduras, Sais, Açúcar e um Ingrediente ativo (30 mcg de um RNA mensageiro) que codifica o spike viral do vírus e assim ajuda a criar anticorpos para atacá-lo.
Não, cabe a cada estado e prefeitura decidirem como distribuir as vacinas que recebem do Ministério da Saúde. Portanto, as pessoas que moram em um estado ou cidade podem ter cronogramas de elegibilidade e priorização diferentes dos familiares e amigos que moram em outro estado ou cidade.
Em epidemiologia, a “eficácia” e a “efetividade” de uma vacina são conceitos diferentes. A eficácia da vacina é quanto ela se propõe a proteger o grupo de estudo (controlado) na fase 3. O objetivo é checar se um certo limiar de eficácia (ex.: 50%) é igualado ou superado para assim possibilitar o registro oficial da vacina. A efetividade é a eficácia demonstrada pela vacina numa população (não controlada), na vida real – fase 4. O seu objetivo é possibilitar o cálculo de quanta gente haverá de ser vacinada nessa população até se alcançar a imunidade coletiva.
A BCG (Bacillus Calmette-Guérin) é uma vacina usada para prevenir tuberculose em crianças e tem alto potencial de resposta imunológica contra outras infecções. A proteção contra a Covid-19 pode ser evidente devido à imunidade inata da ação celular contra vírus e bactérias. Ela está sendo testada em profissionais da saúde no Rio de Janeiro (RJ), que visa reduzir os impactos da doença em infectados.
É um pedido feito antes do registro final para aplicar a vacina em um grupo específico da população. Pode ser realizado com a fase 3 em andamento. A autorização de uso emergencial é um mecanismo que pode facilitar a disponibilização e o uso das vacinas contra Covid-19, ainda que não tenham sido avaliadas sob o crivo do registro, desde que cumpram com os requisitos mínimos de segurança, qualidade e eficácia.
A taxa mínima fixada pelo CDC americano e também pela ANVISA para registrar vacinas candidatas é 50%. A vacina que garantir que, após aplicada a uma parcela X da população, a imunidade de rebanho será alcançada num período Y. Por exemplo, suponha que de 1000 pessoas, 500 são vacinadas. Se a taxa de eficácia da vacina usada for superior a 50%, então terá de se vacinar menos de 100% da população para se atingir a imunidade de rebanho, digamos em um ano. Se a taxa for menor que 50%, mesmo vacinando 100% da população a imunidade de rebanho não será atingida. Portanto, essa vacina não interessa.
Sim. Das 112.807 pessoas vacinadas nos EUA na primeira semana de vacinação com a vacina da Pfizer, 3.150 (ou 2,97%) relataram sintomas após a vacinação que os impossibilitaram de realizar atividades diárias ou de trabalho. A maioria não requereu cuidados médicos. Seis pessoas desenvolveram uma reação alérgica grave chamada de anafilaxia, a maioria já tinha precedentes alérgicos severos.
Não. Em geral, apenas em algumas poucas pessoas já super-alérgicas a algo. Fora o mRNA, que não produz alergia, os outros nove ingredientes da vacina da Pfizer como sais, substâncias gordurosas e açúcares que estabilizam a vacina. O único com histórico de causar reações alérgicas é o polietilenoglicol, ou PEG, que ajuda a empacotar o mRNA em uma bainha oleosa, protegendo-o conforme ele penetra nas células humanas. Mas ele muito raramente causa alergia.
Não. As crianças não foram incluídas nos testes em andamento para uma vacina Covid-19, em nenhum caso. A Pfizer recentemente apresentou um pedido de autorização de uso de emergência para vacinação até os 16 anos. A Moderna está prestes a iniciar um estudo semelhante. A Oxford-AstraZeneca tem aprovação para inscrever crianças de 5 a 12 anos em ensaios clínicos, mas ainda não inscreveu nenhuma criança em testes nos EUA. A Sinovac, fabricante da vacina Coronavac, anunciou que lançará as fases I e II de um teste clínico abrangendo mais de 500 crianças de 3 a 17 anos na China.
Não. Ainda não, porém é uma possibilidade num futuro próximo. Depende de haver (ou não) imunidade de rebanho no país de origem e de escala/destino. Ou da pressão por fomentar o turismo, como atualmente na União Europeia que propõe um Passaporte Vacinal para permitir viajar dentro do bloco.
Sim. Essas pessoas também desempenham um papel na disseminação de Covid-19, apenas não se sabe em que medida. Por isso, fique a pelo menos 2 metros de distância dos outros em todo momento, mesmo você – ou eles – não apresentando nenhum sintoma. Especialmente no caso de pessoas com comorbidades, que têm maior risco de adoecer com gravidade se contaminadas pelo novo coronavírus.
Limiar significa limite. Um limiar de eficácia de uma vacina de 50%, registrado na fase 3 significa que o número dos que tomaram placebo e se contaminaram igualou o número dos que se vacinaram e também se contaminaram. Ou seja, grosso modo, a chance de um indivíduo saudável, em condições normais, ficar protegido com a vacina na fase 4 será de 50% ou coisa parecida. Arbitrariamente, a autoridade sanitária pode considerar que abaixo disso não vale a pena investir na vacina porque a imunidade de rebanho dificilmente será alcançada num período de tempo razoável.
Porque os testes de diagnóstico PCR, que acusam ou desmentem a infecção nas duas ocasiões, não reportam a sequência genética do vírus. Por isso, é impossível saber se se trata de uma reinfecção (com um segundo vírus) ou se é o ressurgimento do primeiro vírus, que ficou no corpo sem ser notado.
Por vários motivos, alguns desconhecidos. Muitas coisas ficarão claras somente depois da vacinação em massa. Não se sabe, por exemplo, se essas vacinas de primeira geração produzem anticorpos suficientes para deter o vírus no seu principal ponto de ingresso no organismo: o nariz (mucosa) e a boca.
Sim. A infecção leva o organismo a naturalmente produzir anticorpos que combatem o vírus. Adicionar a vacina a esse esforço imunológico dificilmente irá prejudicar. Mas para vacinar é necessário aguardar o completo restabelecimento e no mínimo quatro semanas após o início dos sintomas (ou do primeiro resultado positivo no exame de RT-PCR).
As vacinas que foram desenvolvidas para a proteção contra o novo coronavírus são: 1) Vacinas de mRNA – contêm material do vírus que causa a Covid-19, que dá às nossas células instruções sobre como fazer uma proteína inofensiva que é exclusiva do vírus (Pfizer/BioNTech; Moderna; Fosun Pharma); 2) Vacinas de subunidade de proteína (ou protéicas subunitárias) – incluem pedaços inofensivos (proteínas) do vírus que causam Covid-19 em vez de todo o germe (Novavax); 3) Vacinas de vetor viral (adenovírus) – contém uma versão enfraquecida de um vírus vivo – um vírus diferente daquele que causa a Covid-19 – que possui material genético do vírus que causa a Covid-19 inserido nele (AstraZeneca/Oxford; Johnson-Janssen; Sputnik V); 4) Vacina de vírus inativado – contém amostras do vírus que causa a Covid-19 morto (inativado). Sinovac/Instituto Butantan.
Não se sabe. Na China, onde já está sendo aplicada, o custo anunciado oficialmente é de 200 yuan ($29.75) por dose, reportou a Reuters. Em setembro, uma fonte da Sinovac, a empresa desenvolvedora da vacina, disse que o custo de cada dose nunca seria $1,96, como anunciado pelo Governador de São Paulo. Em dezembro, segundo pessoas que já receberam a vacina do Sinovac, a empresa está cobrando cerca de US$ 30 a dose.
As pessoas com comorbidades, ou seja, com doenças que podem agravar a situação de saúde da pessoa em caso de uma contaminação com o Sars-Cov-2, devem ser vacinadas da 3a etapa da vacinação. São consideradas morbidades prioritárias: diabetes mellitus, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer, obesidade grau III. Nessa fase também serão vacinadas pessoas com deficiência permanente severa.
O sistema imunológico é projetado para lidar com quantidades significativas de antígenos que desencadeiam uma resposta imunológica. Somos bombardeados por antígenos, todos os dias… na sua comida, no ar que você respira. Por outro lado, a quantidade de antígenos que estão nessas vacinas é extraordinariamente limitada. Essas pequenas quantidades não vão sobrecarregar o sistema imunológico.
Sim. Variantes carregam mutações que o vírus experimenta para se adaptar ao ambiente e sobreviver. Ainda assim, a vasta maioria das pessoas em todo o mundo ainda não foi infectada, e por isso o vírus ainda não precisa fazer isso com vigor. Somente imunizar cerca de 60% da população em cerca de um ano e manter o número de casos baixo enquanto isso acontece, ajudará a minimizar as chances de o vírus sofrer uma mutação significativa.
Sim. Mas com cautela. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) indicam que aqueles com histórico de reações alérgicas graves, como anafilaxia a qualquer outra vacina ou terapia injetável, ainda podem receber a vacinação Pfizer Covid-19, mas devem falar com seu médico primeiro. Essas pessoas devem ser monitoradas por 30 minutos após a vacinação. Os fabricantes das vacinas Pfizer-BioNTech e Moderna sugerem não tomar a vacina se tiver tido uma reação alérgica grave a qualquer ingrediente da vacina, ou após uma dose anterior da vacina.
Os primeiros a ser vacinados serão os trabalhadores da área de saúde: profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e também profissionais de apoio, como cozinheiros e pessoal da limpeza de hospital, motoristas de ambulância, cuidadores de idosos etc. Indígenas aldeados em terras demarcadas, pessoas com 60 anos ou mais em lares para idosos e pessoas de 75 anos ou mais também devem receber a vacina nessa primeira fase.
O que sabemos é que as vacinas anti-Covid, são mais (Pfizer e Moderna) ou menos (CoronaVac, Oxford-AstraZeneca) eficazes na prevenção da doença quando sintomática, leve ou grave. Elas parecem evitar que as pessoas fiquem doentes o suficiente para desenvolver os sintomas e, o que é mais importante, que fiquem gravemente doentes e acabem no hospital, ou no cemitério. Isso é muito bom.
Não. Existem ainda mais de 200 vacinas candidatas anti-Covid-19, muitas das quais usam diferentes processos e tipos de tecnologia. Algumas delas funcionarão melhor para pessoas diferentes, como idosos, mulheres grávidas ou pessoas com doenças crônicas. Por exemplo, as vacinas de “adenovírus”, das quais a vacina da Universidade de Oxford é uma, parecem ser boas na indução de células T. E a vacina da Universidade de Queensland (Austrália) parece bem posicionada para induzir respostas imunológicas especificamente em pessoas mais velhas.
A quarta fase será voltada para imunizar os trabalhadores da educação, população em situação de rua, membros das forças de segurança e salvamento, trabalhadores do transporte coletivo e transportadores rodoviários de carga e funcionários do sistema prisional e população carcerária.
Não. De fato, todas as vacinas Covid-19 diminuem em muito a probabilidade de você pegar a Covid-19. Mas também ajudam a evitar que você adoeça gravemente, mesmo se for pego pela Covid-19. E também podem proteger as pessoas ao seu redor, particularmente aquelas com risco aumentado de sofrer doenças graves causadas pela Covid-19.
Não. A fuga da imunidade requer que um vírus acumule uma série de mutações, cada uma permitindo que o patógeno corroa a eficácia das defesas do corpo. Alguns vírus, como a gripe, acumulam essas mudanças com relativa rapidez. Mas até esse vírus precisa de cinco a sete anos para coletar mutações suficientes para escapar totalmente do reconhecimento imunológico.
Pessoas com infecções ativas por Covid-19 devem isolar-se, portanto, não devem ser vacinadas. Geralmente, os pacientes são examinados quanto a sintomas de doença antes de qualquer vacinação, e as vacinações são adiadas se você estiver doente. Mas mesmo se você de alguma forma puder tomar uma vacina Covid-19 enquanto estiver doente, você não deveria, porque o coronavírus que a causa pode afetar o funcionamento do seu sistema imunológico.
Não. Os cientistas citam várias razões para permanecer cauteloso ao iniciar sua vida pós-vacina. As pessoas vacinadas ainda devem usar máscaras e evitar grandes grupos e reuniões internas, quando possível. As vacinas não oferecem proteção perfeita; ainda não sabemos se as pessoas vacinadas podem espalhar o vírus; e o coronavírus provavelmente continuará sua rápida disseminação até que uma grande maioria da população seja vacinada ou tenha sobrevivido a uma infecção natural.
Não. A diferença é mínima, e não reflete plenamente a proteção ao vírus. No ensaio clínico de uma vacina candidata, a eficácia não é medida em termos de proteção à infecção, mas comparando os voluntários que no teste tomaram a vacina e apresentaram sintomas versus os que também apresentaram sintomas sem tê-la tomado. Fora isso, cada ensaio das vacinas conhecidas foi diferente do outro e as suas taxas de eficácia devem refletir isso.
Isso os ensaios clínicos não testaram. Nos ensaios clínicos para a vacina AstraZeneca, a eficácia contra a infecção assintomática foi de apenas 27% – sugerindo que os vacinados geralmente ainda podem transmitir a doença – mas o número de casos foi muito pequeno para tirar conclusões.
Fontes: cdc.gov | info-coronavirus.be | who.int | cnn.com | mayoclinic.org 1 | mayoclinic.org 2 | time.com | hsph.harvard.edu
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