Embora ao dar a notícia sobre a classificação do burnout como “doença crônica” pela Organização Mundial da Saúde, as redes de televisão tenham-no apresentado como algo novo, o tal “fenômeno” é um velho conhecido da classe médica.
Estresse e burnout podem ser gerados por uma combinação de cargas de trabalho excessivas, horas de trabalho excessivas, reclamações de pacientes e acesso inadequado a suportes administrativos.
Anualmente, aproximadamente 400 médicos se suicidam nos Estados Unidos e muitos estão saindo de hospitais de ponta para ir se instalar com pequenos consultórios no interior.
Relacione-se esse dado com o apresentado por um outro estudo, publicado em 2016 pela prestigiosa Mayo Clinic: dentre quase 7 mil médicos que responderam à pesquisa, 54,4% relataram pelo menos um sintoma de burnout em 2014, contra 45,5% em 2011.
E que sintomas seriam esses?
- Exaustão Física e Emocional: a pessoa está emocionalmente esgotada, exaurida e desgastada pelo trabalho e incapaz de se recuperar em suas horas de folga. Este é o sintoma mais comum de burnout, de longe.
- Despersonalização: o desenvolvimento de uma atitude negativa, insensível e cínica em relação aos pacientes e suas preocupações.
- Pouca Realização Pessoal: a tendência de ver seu trabalho negativamente, sem valor ou sem sentido.
Boas razões para que, num outro estudo americano publicado em 2012 apenas 6% desses médicos se declarassem felizes com seus empregos. E ainda um outro estudo mostrou que quase um terço dos médicos de cuidados primários com idade entre 35 e 49 anos planejavam abandonar suas práticas dentro de cinco anos. A taxa de desistência foi de 52% para aqueles com mais de 50 anos.
E a relação do burnout com estresse crônico? Simples: veja a seguir os sintomas do burnout e depois pense nos sintomas do estresse crônico, por sinal muito conhecidos. E se você for profissional da saúde, ou de qualquer coisa que exigir atendimento a clientes, trânsito, trabalho besta, relações tóxicas ou entediantes… aproveite para marcar aqueles que lhe parecem desagradavelmente familiares. A quem? A você mesmo.
Esgotamento físico e emocional
- Fadiga crônica
- Insônia
- Concentração e Atenção Prejudicadas
- Sintomas físicos (dores no peito, palpitações cardíacas, tonturas, desmaios, dores de cabeça tensionais, enxaquecas, falta de ar e dor de estômago).
- Aumento da doença: Como o estresse crônico esgota e enfraquece o corpo, as vítimas de burnout são mais vulneráveis a infecções, resfriados, gripes e outros distúrbios do sistema imunológico.
- Perda de apetite
- Ansiedade
- Depressão
- Raiva (especialmente para colegas de trabalho ou familiares)
Desapego e cinismo
- Perda de prazer
- Pessimismo
- Isolamento
- Destacamento
Sentimento de ineficácia e falta de realização
- Apatia, Desamparo e Desesperança
- Irritabilidade aumentada
- Falta de produtividade e baixo desempenho
Nada de novo, então, ao já sabido sobre estresse crônico.
Em suma, o esgotamento pode tirar a vida como você conhece ou conheceu uma vez. Isso pode fazer com que você perca seu emprego, sua família, seus amigos, seu senso de valor e sua identidade. Então, se você está nesse caminho, é importante que você o reconheça para poder fazer algo a respeito.